7 de set. de 2013

E se quiséssemos hipoteticamente ser colônia novamente como uma Austrália da vida? E se tivéssemos optado por morte no famoso grito do Ipiranga (onde "as margens" são o sujeito da frase nesta estrofe de nosso maravilhoso e inigualável hino). Claro para a tristeza de Tiradentes, da família real que vive até hoje só de laudêmio e até mesmo de Dom Pedro o filho, que fez a leitura da carta no tal episódio conhecido como a Revolta do Ipiranga, montado em seu imponente burrinho e entre um pum e outra segurada na "olhota", resumiu sentindo a chuva vir após as trovoadas em seu delgado e grosso intestino, que mesmo sem o título de Príncipe Regente ficaria aqui para depois se tornar Imperador. Coisa que o "coroa" só foi tomar conhecimento de tal "facto" três anos depois.


Lanço esta pergunta apenas porque minha mente vai mais longe do que o horizonte que deixou de ser uma cachoeira faz tempo e refletindo nisso, com a atual conjuntura política aqui nas terras do Banco do Brasil, eu e todos sacaríamos nosso salário em euros no Banco Espírito Santo, os táxis seriam Mercedes na cor creme, cheiro de castanhas assadas pela rua, o bacalhau seria barato, o vinho do Porto e continuaria a mesma mistura e a deliciosa miscigenação, não queria que mudasse nada! Hoje como é sábado, eu estaria a chamar por telemóvel toda a malta para ir a um show de fado, fartar-nos de comer depois e tomar uns xotes, meu nome seria José Francisco Morgadinho D'Abreu Arantes, meu carro seria um Volvo ou um Ibiza que meu paizinho me deu aos 18 anos, minha mãe cuidaria da quinta que ela herdara de seus avós no interior para dar continuidade à plantação de couves, os porcos, o queijo que as cabras produzem mais o olival que produz o famoso azeite da marca Agostinho (seu sobrenome) e meu pai viveria na quinta do Alentejo a cuidar da vinha que lhe teria ficado de seus bisavôs hoje produzindo o famosíssimo tinto, branco, verde, rosa, espumante e a bagaceira "João de Nantes".



Pois, como meu sobrenome é Arantes e dizem ser português, onde o 1º registro de um parente meu foi o do Sr. João de Arantes que, láááááááá no século XV, era João de Nantes, cujo sobrenome ficou assim até D. João IV, o Restaurador (1604-1656), 21º Rei de Portugal. Depois o sobrenome mudou para D’Anantes e já na segunda metade do século XVII o sobrenome passa a d'Arantes, ou de Arantes, forma moderna sob a qual passará a ser escrito e o é, até hoje. Ora bem, eu teria um bigode que entregasse meus 32 anos, uma calça de sarja marrom clara, um topete vistoso e uma camisa quadriculada com um uma camisola de caxemira amarrada em torno ao pescoço. Supostamente minha noiva se chamaria Amália ou Dulce e nosso sonho seria o de comprar nosso haras para criar cavalos lusitanos na região de Santarém ali por Golegã ou a zona da Chamusca e ter nossos miúdos depois de formados eu advogado em Coimbra e ela veterinária em Lisboa.


Teríamos passaporte vermelho da Comunidade Europeia, já teria conhecido a África, Índia, China e outros lugares lusófonos e tantos auxílios que o governo dá a um cidadão quando precisa no que diga respeito à cultura, turismo, escola, universidade, emprego, seguro desemprego, leis do trânsito, leis federais, policiamento, saúde, habitação e tantos outros direitos que obviamente não dou a Portugal o título de Suíça ou de Dinamarca, mas sim de simplesmente Europa.



Sou bairrista, patriota e amo meu país. Acredito nele cada vez que voto, sou apaixonado pelo nosso passado e otimista com relação ao nosso futuro e dos meus. "Sabe, no fundo eu sou um sentimental. Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de lirismo (além da sífilis, é claro). Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar, o meu coração fecha os olhos e sinceramente chora..." Guitarras e sanfonas, jasmins, coqueiros, fontes, sardinhas, mandioca, num suave azulejo. E o rio Amazonas que corre trás-os-montes e numa pororoca deságua no Tejo... Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal: Ainda vai tornar-se um imenso Portugal!!!

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