7 de abr. de 2013


Dor de cabeça, nos olhos, no corpo, enjoo... Já sabem né? Como? Dengue? hahahahahahahah RESSACA mesmo! Não sou de beber, mas quando saio da rede social e vou para o mundo social, especialmente em uma noite de sábado, onde acabo brindando uma semana que já se foi entre amigos que, graças a Deus, são minha tribo e falamos a mesma língua assuntos que foram desde as perfeitas edificações do Império Romano que ninguém da época poderia prever que se reduziria a uma bota geográfica no mapa, falamos da cobiça pelas "Índias" que igualmente na corrida dos reinos da época das grandes navegações que mesmo aportando exaustivamente por lá, deixaram-na misteriosa, intocada e politeísta e com suas especiarias até hoje em abundância influenciando no máximo o perfeito inglês que falam lá, a malha ferroviária gigantesca e uma cidadezinha que fala o português chamada Goa e algumas que a França deixou a arquitetura como herança. Depois fomos para as peças de Shakespeare e o esqueleto coxo de um de seus reis encontrado em estacionamento da Inglaterra de hoje, abordamos entre um arroto e outro a segurança discutível no trânsito do "I" e do "R" do BRICS, rimos da piada do Litoral Cap e a veracidade do contador do causo, a beleza exótica das pequenas que por ali passavam e até filosofarmos imageticamente sobre o coitadinho que teria colocado a última pedra na grande pirâmide de Quéops e chegamos a rir de doer a barriga criando um verdadeiro curta-metragem de um escravo entrando com tudo na sala do Faraó de mesmo nome, irritado e disposto a tudo ou nada falando alterado: "-Trabalho nesta porra há 3 gerações e o senhor vai ter que me dizer, mesmo que custe minha vida seu Quéops! Para quê esse monte de pedra empilhada? Oi? Um túmulo??? Ah vá tomar no meio do seu rabo!!!" Depois falamos do rumo do teatro regional e os musicais da filial da Broadway que virou São Paulo e a hora foi passando ao som de Creedence e seu clássico "Have You Ever Seen The Rain". Como estava uma noite maravilhosa e repleta de estrelas, os sonhadores e realizadores amigos ficamos até "altas horas", sim. Voltamos cedo para nossas casas a tempo de ver o finalzinho do programa de Velinho Groisman.





Como domingo para mim é sagrado fazer nada, eu que já me recuperei da ressaca só de escrever com carinho para cada um de meus amados leitores e é pensando em um grande amigo famoso, talentoso e sábio que passa por um momento de tristeza e luto e viuvez que ontem antes de sair liguei para saber como estava o guru dos palcos e provocador mais querido por mim e pela classe teatral que me alegrou por ter dito antes de desligar a frase "eu te amo viu cabelinho". Irei mudar algumas palavras do poema do lusitano Pessoa só porque ultimamente estou evitando palavras negativas e pensamentos semelhantes, e quero deixar bem claro que este poema é pensando no velho bruxo e não quero cutucar ninguém com ele ok? bjs!


Lisbon Revisited - (1923)
Fernando Pessoa
(Álvaro de Campos)

SIM: EU QUERO TUDO. 
Já disse que QUERO TUDO
Não me venham com conclusões! 
A única conclusão é VIVER. Não me tragam estéticas! 
Não me falem em moral! Tirem-me daqui a metafísica! 
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas 
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) — 
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que BEM fiz eu aos deuses todos! 
Se têm a verdade, guardem-na! 
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica. 
Fora disso sou FELIZ, com todo o direito a sê-lo. 
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável? 
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa? 
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade. 
Assim, como sou, tenham paciência! 
Vão para o diabo sem mim, 
Ou deixem-me ir sozinho para DEUS
Para que havemos de ir juntos? Não me peguem no braço! 
Não gosto que me peguem no braço.
Quero ser PLENO
Já disse que sou PRÓSPERO
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!
Ó céu azul — o mesmo da minha infância — 
Eterna verdade ABUNDANTE e perfeita! 
Ó macio Tejo ancestral e mudo, 
Pequena verdade onde o céu se reflete! 
Ó AMOR revisitadO, Lisboa de outrora de hoje! 
TUDO me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo... 
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar REALIZADO!

Vai um cafezinho bem forte?

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