30 de jun. de 2013

Brasil, pode parar amanhã se quiser, mas que conte como dia útil! Tem gente que mesmo indignada com tudo que ocorre no galinheiro rabiscado por Niemeyer e construído pelos bravos candangos, que espera muito mais do que as reformas políticas como um todo, o 5º dia útil para poder pagar suas contas, diferente do Brasil que deve para seu povo explicações e possui dívida externa de aproximadamente de US$ 297,349 bilhões


Mas hoje não quero falar muito desse tema, vejamos amanhã o que acontecerá e no futuro o que ocorrerá nos argumentos e promessas ditas pelos candidatos nos horários políticos e o que as urnas modernas e eletrônicas apontarão. Hoje eu só quero que o dia termine bem com o Brasil tratando a Espanha no gramado do Maracanã como o país que tanto amei conhecer trata seus touros nas arenas espalhadas por toda a terra de Cervantes e do Rei Juan Carlos.



Como nas touradas quero que o Brasil entre ditoso desfilando (paseillo) como os toureiros, banderilheiros, picadores e os matadores (atacantes) ao som do imponente "pasodoble taurino" que amo chamado "Cielo Andaluz" (hino nacional).


Quando soarem os famosos "clarines y timbales" para a saída do primeiro touro da tarde chamado "El Furioso" (apito do árbitro para o primeiro tempo) começam os famosos "tercios de capote, varas, banderillas" (dribles, trivela, passes, olé dos torcedores, lances raspando, coração a flor da pele, expectativa mas sem sangue ou cheiro de morte no ar). Com o touro já de cabeça baixa, língua de fora e cansado de tanto investir no vazio de uma capa, eu adoraria que começasse o famosa" tanda de muletazos del matador" onde segurando apenas com uma mão a famosa capa vermelha tira sua "montera" e dedica o touro que irá matar ao rei se estiver presente (Pelé), ou a plateia (nós) ou à mulher mais bela de toda a arena (Shakira).


Pelo tradicional horário, o sol divide com a sombra o centro da arena onde começa o combate final (segundo tempo já para finalizar). É a vez do mano a mano, onde o homem brinca com a vida (taça de campeão) ficando de joelhos, dando as costas para um negro miúra de chifres afiados de meia tonelada que fita a capa vermelha hipnotizado com outro "pasodoble" dedicado ao matador que escolherei o tradicional "España Cañi" (Eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amoooooooor) e em meio à música e aos gritos de olé, o touro sem perceber percebe que do nada se faz silêncio! Não sabemos o que acontecerá neste momento, pois futebol e tourada são caixinhas de surpresas e nem todos os dias são do toureiro!


Mas como quem escreve sou eu aqui nesta bagaça, como brasileiro 100%, quero sim que depois do silêncio comece "la suerte suprema" onde o matador igualmente cansado e sujo de sangue de tanto encostar no touro mostrando coragem, troca de espada e pega a verdadeira. Nos minutos finais e sem compaixão ou "misericórdia" mergulha entre os ombros da fera fulminando em segundos o touro que sai arrastado pelas "mulillas" e aplaudido por todos que agitam seus lenços brancos (troca de camisas) por haver lutado com "temple, arte raza y casta bravia" (as duas melhores seleções do mundo merecem acima de tudo respeito) pela tradição na arte do futebol e como na tourada, um touro quando é muito bom ele é indultado pelo presidente que a pedido do público, não é morto por mostrar valentia até o limite do cansaço do toureiro que alega ser tão bom que não merece a morte e sim, voltar para a fazenda de onde saiu e morrer de velhice com o status de "endultado" (ergue o braço o árbitro e apita o final para sabermos quem sairá carregado nos ombros e sair pela porta principal da Plaza de Toros Maracaná!).



Vai um cafezinho ou una copa de jerez?

Ps.: Não sou adepto da tourada, nunca assisti ao vivo, apenas sou um curioso professor de espanhol que ama cultura e respeita a tradição de um povo que não inventou a tauromaquia que nasceu na ilha de Minos na Grécia antiga onde se sacrificava o animal para regar a terra com seu sangue antes do plantio e em oferenda aos deuses que algumas religiões afro-ancestrais igualmente preservaram o sacrifício de animais em oferta a seu Orixá. Tudo é cultura e tudo deve ser respeitado, inclusive os argumentos do Greenpeace. Eu só desejo que vença o melhor pois mesmo perdendo, os jogadores continuam "ganhando" afinal, é um "jogo" que significa também em outros idiomas uma simples "brincadeira" (jugar, jouer, to play, giocare...).

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