13 de jul. de 2012

Hoje céu claro, sol brilhando porém de 14ºC quando abri os olhos e a boca ao mesmo tempo. Dia parecido aos de Campos do Jordão, Serra Gaúcha, Buenos Aires, e à noite, deve estar meio que Ushuaia ou Kiev. Mas como eu amo o frio, (estando bem agasalhado e tendo quem aqueça meus pés neste fim de semana), aproveitarei para ver se me salvaria em um sobrevivência na selva que por sinal, já a fiz e "sobrevivi" no mar acredito que uma noite eu conseguiria, no deserto dois dias, no gelo... Só se tivesse um conhaque fundador que sobrou junto aos destroços da "galley". Vamos lá? Mas antes...

Resumão da semana:


Isto eu escrevi ao regressar dos meus três dias simulando o que é vida real de vida ideal. Sendo vida, é o que vale e é vida que segue!

Ao ir brincando de ser piloto:
Bom dia Senhoras e senhores aqui quem fala é o comandante Crescente, por uma falha generalizada passando desde o projetista, ao mecânico, o rapaz que abasteceu com álcool gel nossa aeronave quando decolamos do Aeroporto Internacional Segunda-Feira, houve uma sucessão de erros e em nome desta maravilhosa tripulação por motivos de pane hidráulica e seca... Jesus...Nunca achei que fosse dizer isso em 31 anos de carreira, mas sempre chega o dia... 
- Tripulação preparar a cabine para pouso forçado.
- Controle: TAR 0830 última posição após inúmeras tentativas de contato, Bertioga Latitude:  23° 51' 19.02"S Longitude: 46° 8' 21.82"W . Que Deus tenha misericórdia de nós! (som de impacto fim da gravação).


Ao chegar da Sobrevivência na selva, mar e casa da fumaça = vida real!
Valores... Mudança de valores! Vida, sobrevida... Independência, depender do outro para dar valor à vida e até sobreviver por isso. A experiência que tive não foi à de ser abdusido ou de encontrar o chupa-cabra, mas respeitar a mata com certeza é o feedback perfeito e obter o respeito redobrado para nós, que nos achamos os supra sumos de alguma coisa. Diante da Mãe Natureza, nua e crua, não somos nada em face à perfeição que ela é depois que Deus a criou.

Amadurecimento acredito ser a palavra adequada, mesmo com o conforto de uma barraca, botas, capas de chuva, lanternas, faca, fogo fácil e ninguém machucado, já foi assustador de princípio, como tudo na vida que é novo, assusta!

Mas, se abrir para o novo e se permitir tudo flui como as águas vão para o mar ou para o interior de um bambu que pode nos salvar.

Gratidão é outra palavra seguida de união, humildade, se desarmar e assumir erros que diante da perfeição de Deus que criou cada folha que cai de cada árvore é uma atitude humana e quanto mais humanos formos, quanto mais o sentimento de amor pairar no ar e o da certeza de que não sou o único que estou sentindo o mesmo, desde fome, frio, medo, receio e outros sentimentos por vezes indescritíveis só nos confortam e nos fortalecem cada vez mais para seguir nossos sonhos e realizarmos.
Mudança de valores?

1. Banheiro e Cama

2. Café.

4.Guarda-chuva.

5.Refeições em abundância.

6. Dinheiro, que dependendo do local não vale nada.

7. Chuveiro quente.

8. fé que só aumentou.

9. Certeza que só amentou.

10. Escutar menos os outros e mais ao nosso instinto selvagem calibrado por quem entende e saber que tudo é para nosso bem e aprendizado.


SOBREVIVÊNCIA NA SELVA

Princípios Gerais de Sobrevivência

Uma vez no solo, após a aterragem forçada na selva, procure proceder inicialmente da seguinte maneira:

a)Não se apresse. Planeje antes de agir,
b)Não tenha medo na selva. Nela você poderá viver várias semanas, se souber evitar o pânico,
c)Lembre-se que os sono e comida são indispensáveis,
d)Comida e água são abundantes na selva. Basta que você saiba encontrá-las,
e)A maior parte dos animais selvagens não ataca o homem, a não ser que sejam molestados antes,
f)As possibilidades que você tem de ser picado por serpentes venenosas são pouco maiores do que ser fulminado por um raio,
g)De um modo geral, os índios são acolhedores, desde que não se tente ludibriá-los ou molestá-los. A iniciativa deve partir dos índios,
h)Na selva a malária será seu maior e pior inimigo. A transmissão se dá pelo mosquito Anófele,
i)Ao viajar sobre grandes extensões de florestas, não se esqueça de checar todo equipamento de salvamento a ser transportado pelo avião.

Ação Imediata

a)Mantenha-se afastado da aeronave até que o(s) motor(es) ou reatores tenha(m) esfriado e toda gasolina derramada se tenha evaporado,
b)Verifique, entre os acidentados, o número e a natureza dos ferimentos e preste os primeiros socorros,
c)Providencie proteção contra o vento e a chuva, principalmente para os feridos, armando um abrigo temporário,
d)Verifique o estado do rádio e das baterias do avião. Tente comunicar-se,
e)Faça uma fogueira,
f)Em tempo frio, prepare bebidas quentes,
g)Tenha à mão os equipamentos de sinalização,
h)Descanse, física e mentalmente, até que se tenha recuperado do choque do desastre,
i)Organize o acampamento após o descanso, dando a cada indivíduo válido um encargo a cumprir,
j)Procure uma fonte d’água,
l)Descubra se nas proximidades há animais ou plantas comestíveis,
m)Inicie um diário,
n)Mantenha-se junto à aeronave, a não ser que tenha certeza de que se encontre a pouca distância (a pé) de socorro,
o)Só abandone o local do acidente após ter esperado vários dias e estiver convencido da pouca probabilidade de socorro e também quando contar com equipamento necessário à viagem.

Vantagens de Permanecer junto à Aeronave

a)É mais fácil localizar, do ar, uma aeronave do que um grupo de pessoas caminhando por entre a mata,
b)A aeronave ou parte da mesma proporcionará abrigo, meios de sinalização e as carenagens servirão como refletores para ativar fogueiras e para sinais noturnos e diurnos.

Sinalização

Após uma aterragem forçada, desde que possível, prefira permanecer alguns dias junto ao avião, pois sua localização será muito mais fácil. Por outro lado, procure desde cedo estabelecer uma comunicação pelo RÁDIO e preparar SINALIZAÇÕES VISUAIS. Para tanto proceda da seguinte maneira:

a)Coloque objetos brilhantes ou de coloração viva sob a asa do avião e ao redor do mesmo. Chapas de carenagem postas com o lado da pintura virado para cima constituem-se em bons refletores e, por isso, serão mais facilmente visíveis do ar. Objetos, cujas cores contrastem com o verde das árvores e do capim ajudam muito a sua localização. Utilize os sinais da Organização de Aviação Civil Internacional para improvisação de suas mensagens no solo.

b)Distribua diversas fogueiras num raio de 50 a 100 metros do avião de maneira que possam ser rapidamente ativadas quando algum barulho de socorro vier a ser ouvido durante o dia ou à noite. Próximo a uma dessas fogueiras, mantenha duas latas contendo, respectivamente, óleo de lubrificação e água. Durante o dia utilizar fumaça e à noite uma chama. Para produzir fumaça negra, empregue óleo ou pedaços de borracha e para fazer fumaça branca, ponha no fogo folhas verdes, musgo ou pequenas quantidades de água. Os fogos pirotécnicos devem ser conservados secos e usados somente quando avistar ou ouvir ruído de aeronaves. Faça sinais com lanterna elétrica. Desarrume o máximo possível o local onde se encontra, tornando seu aspecto pouco natural.

c)Economize combustível. Os artifícios pirotécnicos, tais como os foguetes (flares) e as bombas de fumaça, devem ser conservados secos. Caso estejam úmidos deixe-os ao sol durante o dia e utilize-os somente quando avistar ou ouvir o ruído de aeronaves. Faça sinais com lanterna elétrica de mão.

d)ESPELHO: Segure o espelho a poucos centímetros de distância da face e veja a aeronave através do visor (orifício central em forma de cruz). O feixe luminoso que passa pelo orifício projetar-se á sua face em sua mão ou no seu peito. Coloque o espelho num ângulo tal que a imagem refletida na sua parte posterior venha desaparecer pela superposição dessa imagem com o próprio orifício, enquanto você mantém em mira a aeronave visada através do visor. Na falta do espelho, improvise com uma lata, fazendo um pequeno orifício no centro.

e)Avistando um avião de socorro, utilize o ESPELHO DE SINALIZAÇÃO, quando possuir. Esse espelho é capaz de refletir a luz de ambos os lados e é munido de um orifício central. Para utilizá-lo eficientemente, proceda como demonstrado na figura abaixo:

SINALIZAÇÃO AERONAVES SAR/SOBREVIVENTES – procure observar se foi compreendido pela aeronave SAR.

SAR – Sigla que identifica mundialmente o serviço de busca e salvamento (Search And Rescue)

Mensagem Recebida e Entendida
A aeronave indicará que os sinais do solo foram recebidos e entendidos por:

DE DIA OU COM LUAR FORTE
BALANÇANDO AS ASAS
DE NOITE FAZENDO SINAIS VERDES
COM UMA LÂMPADA OU COM PIROTÉCNICOS

SINALIZAÇÃO SOLO/AERONAVE

Mensagem Recebida e Não Entendida

A aeronave indicará que os sinais do solo foram recebidos e não entendidos por:
DE DIA OU COM LUAR FORTE
FAZENDO UMA CURVA DE 360º PELA DIREITA
DE NOITE FAZENDO SINAIS VERMELHOS
COM UMA LÂMPADA OU COM PIROTÉCNICOS

Sinalização com Pirotécnicos

SOBREVIVENTES – VERDE ENTENDIDO
VERMELHO NÃO ENTENDIDO OU
NECESSITANDO DE AUXÍLIO
AERONAVE SAR – VERDE AVISTADOS OU ENTENDIDO OS SINAIS
VERMELHO NÃO ENTENDIDOS OU NÃO LOCALIZADOS OS SOBREVIVENTES

RÁDIO DE EMERGÊNCIA (BEACON) – EMERGENCY RADIO BEACON

O transmissor tem, fixada em sua cúpula, uma antena dobrada para baixo, presa ao corpo da mesma com uma fita porosa solúvel em água. Quando o rádio é colocado na água, a fita dissolve-se, liberando a antena automaticamente, deixando-a posicionada para transmissão de sinais.

A antena poderá ser liberada manualmente se o pouso for realizado em terra. Junto ao estojo do rádio há uma fita (tira) cuja finalidade é manter o transmissor preso à embarcação ou à margem de algum curso d’água perto do local do acidente.

O rádio de emergência emite SOS na freqüência de 121,5 MHz (civil), e em 243 MHz (militar). Mantendo sempre alerta especialmente no “Período Internacional de Silêncio” que vai:

15 aos 18 e 45 aos 48 minutos (no ocidente)
00 aos 03 e 30 aos 33 minutos (no oriente)

O rádio BEACON funciona quando se coloca sua parte inferior, a bateria, em contato com água fresca ou salgada, ou com qualquer outro tipo de líquido, tais como: chá, café, soda, urina, etc. Deve-se colocar o líquido até que a quantidade do mesmo cubra os dois orifícios que ficam no local onde se encontra a bateria.

Abrigos

O abrigo mais fácil de armar consiste de uma lona ou pára-quedas estendido por cima de uma corda ou de uma vara, entre duas árvores ou estacas. Em qualquer área poderá ser improvisado um abrigo com partes da aeronave, equipamento de emergência ou materiais naturais encontrados no local do acidente e ou próximo.

Não acampe em terreno de inclinação muito pronunciado ou em área onde houver perigo de avalanches, inundações, queda de rochas ou em local demasiadamente exposto aos ventos.

Escolha para acampamento um local de ponto elevado, o mais afastado possível de charcos e pântanos.

Não construa abrigos debaixo de grandes árvores ou de árvores com galhos secos. Não durma nem arme abrigo debaixo de coqueiros.

Vede a entrada aos mosquitos, cobrindo as aberturas com tecidos. Improvise para dormir redes de lonas ou camas com folhas, ramos de capim com camadas de folhas de palmeiras ou outras folhas que sejam largas.

CONSTRUÇÃO DO ABRIGO DE SAPÉ OU DE FOLHAS LARGAS

Um bom abrigo contra a chuva pode ser armado cobrindo-se uma estrutura em forma de “A” com boa qualidade de folhas de palmeiras ou folhas largas que for possível achar, de pedaços de casca de árvores ou feixes de capim (Sapé).

As folhas deverão ter as pontas para baixo e sobrepondo-se conforme mostra a ilustração.

Para montá-la comece por baixo com a colocação das folhas terminando na cumeeira do “A” . Debaixo de cada aba (sob a beirada) abra pequenas valetas que conduzem a água (da chuva) para fora e para baixo a fim de conservar o chão do abrigo o mais seco possível.

Não durma diretamente sobre o chão. O contato direto com a terra pode ser nocivo.

Tarimba

As estacas que suportam o estrado devem ser suficientemente longas para suportar adequadamente um mosquiteiro. O estrado deve ser coberto com folhas largas, capim ou folhas de palmeiras, após dividi-las ao meio talo a fim de torná-las macias. Estas folhas deverão ser assentadas em 04 ou 05 camadas

Água

A água é uma das necessidades mais importantes. Procure logo por água: vive-se até semanas sem alimento, mas sem água vive-se poucos dias.

O corpo necessita normalmente de dois litros de água por dia para manter sua eficiência.

Toda água deve ser purificada antes de ser bebida. Esta purificação poderá ser feita:

•Pela fervura, durante pelo menos um minuto.
•Pelo adicionamento de 8 (oito) gotas de tintura de iodo em um litro de água, esperando 30 minutos antes de beber.
•Juntando à água o purificador existente no equipamento de primeiros socorros ou de sobrevivência.

A água da chuva, quando captada diretamente por vasilhas limpas, em geral pode ser bebida sem qualquer purificação.

A urina e a água do mar não servem para beber. O seu teor de sal é demasiadamente elevado.

ONDE ENCONTRAR ÁGUA:

a)Encontrando-se um curso de água, estabelecer sua localização em relação ao avião. Possuirá assim, uma fonte suficiente de água e que mais tarde poderá auxiliá-lo com a diretriz que o conduzirá de volta à civilização.

A água é mais abundante e mais fácil de encontrar nos sedimentos soltos do que nas rochas. Procure nascentes d’água ao longo do fundo dos vales ou ao logo dos seus taludes. As baquetas (terraços) bem planas, a cavaleiro dos vales dos rios, frenquentemente possuem fontes ou água (de infiltração) que se escoa lentamente ao longo das suas bases mesmo que o leito do vale esteja seco.

Não tente achar água com o auxílio de varinhas ou de varas com forquilha e também não perca tempo escavando a procura de água quando não houver sinal algum da presença do líquido. Escave no fundo de um vale de escarpa vai ter a um terraço (banqueta) largo; ou, então, escave viçosa, de verde bem rico, de onde escorre a água no tempo das chuvas.

A água avança com lentidão pela argila, mas o fato é que muitas camadas argilosas contêm finas camadas de areia que poderão das águas. Procure localizar uma área úmida, a superfície de uma escarpa (despenhadeiro) argiloso qualquer, e escave nessa área. Escave, também, nos locais úmidos porventura existentes ao pé da escarpa.

Ao longo das costas marítimas você poderá achar água nas dunas ao longo das praias ou mesmo na própria praia, em local acima da marca da maré alta. Procure água nos vãos entre as dunas de areia na praia. Escave a areia, se esta parecer úmida.

A necessidade de água na floresta densa é muito menor do que no deserto. A título de ilustração diremos que, à mesma temperatura, o corpo humano requer de duas a três vezes mais água no deserto, a fim de compensar a eliminação, do que na floresta.

b)Em termos rochosos, procure nascente e infiltrações.
c)Se você não encontrar um regato ou um rio, procure:

Cavar em solo arenoso, às margens de correntes ou lagos lamacentos, numa distância da margem que pode variar de 30 cm a 2 metros.

Cave até 1 metro e meio de profundidade

d)Obtém-se água de algumas plantas que pode ser bebida sem necessidade de tratamento:

Cocos, cipós, cactos, hastes de bambus, gravatás. Nas correntes ou nos lagos lamacentos você poderá obter água quase que cristalina se

escavar um buraco em solo arenoso, a uma distância da margem, que pode variar de 30 cm a 2 metros. Espere que a água se infiltre no buraco e que o lodo se acumule no fundo do mesmo. A água dos riachos, rios, lagoas, nascentes, mananciais e brejos, nos trópicos, pode ser bebida sem risco após ter sido purificada. As vezes, a água terá aparência turva ou uma coloração qualquer. Poder-se-á filtrar essa água, em parte, através do tecido do pára-quedas ou outros panos. Poder-se-á obter água de algumas plantas que poderá se utilizada diretamente, sem nenhum tratamento. Os cocos contêm água refrescante. Os melhores cocos são os ainda meio verdes. Os cipós, o lúpilo, etc., são, às vezes, boa fonte d’água. Corte um pedaço de cipó, de 10 a 20 cm de comprimento. O primeiro corte deverá ser feito na parte mais alta, em cima. Faça uma ponta em uma das extremidades do pedaço cortado e leve essa ponta à boca ou ponha-a dentro de uma vasilha. A água produzida será pura e fresca. Nunca beba de um cipó que produza líquido leitso ou amargo. O melhor cipó é o de casca grossa, cuja água é cristalina e gelada.

Além de cipós, pode-se obter água de certos cactos do tipo bojudo como o cabe de grade que pinga água quando cortado e dos xiquexique. Além de cipós, pode-se obter água de certos cactos do tipo bojudo como a “cabeça de grade”, que pinga água quando cortado e dos “xiquexiques”.

OBS.: Nunca beba água de cipó que produza líquido leitoso ou amargo.

e)Água de chuva poderá ser recolhida em latas e outros recipientes, ou ainda em pequenas crateras feitas no chão e forradas.

f)As trilhas de animais normalmente vão dar em uma fonte de água, que poderá ser um regato, uma lagoa, um igarapé, etc.

Alimentação

Verifique as provisões e a quantidade de água de que se dispõe. Calcule o número de dias que poderá passar antes de ser encontrado pela equipe de salvamento. Divida as provisões de que se dispõe em três partes:

Separe suas terças partes para a primeira metade do período que você calculou até o salvamento,

Deixe a última Terça parte das provisões para a Segunda metade deste mesmo período.

Se parte do grupo permanecer junto à aeronave e parte sair em busca de socorro, a cada homem que vai buscar socorro é dado o dobro do alimento que deverá receber aquele que vai permanecer junto à aeronave descansando e os que se afastam em busca de socorro deverão estar, por ocasião do salvamento, em idênticas condições físicas.

Se a ração de água disponível por homem for de menos de um cantil ao dia, evite a ingestão de alimentos farinhosos, secos ou muito condimentados. Os melhores alimentos neste caso são os que contêm alto teor de carboidratos, como balas, confeitos e frutas. Coma normalmente, mas beliscando. Se a ração for pouca, faça apenas uma refeição por dia. Os alimentos cozidos oferecem risco menor, são mais fáceis de digerir e têm melhor sabor. Para assegurar a energia, os alimentos deverão conter: proteínas, carboidratos e gordura;

•Proteínas: melhor será a de origem animal, sendo encontradas em carnes, leite, peixe, ovos. São combustíveis de alto valor, que têm a finalidade de conservar e refazer os tecidos do organismo. A quantidade necessária é de 90 (noventa) gramas (normalmente). Já se consumir uma quantidade maior esta será transformada em gordura e carboidratos ou queimada como combustível.

Obs.: Se a quantidade de água for pouca, não se deve ingerir muita proteína.

•Carboidratos (hidratos de carbono): São de origem vegetal, principalmente açúcar, farináceos, cereais e frutas.

Obs.: Se a quantidade de água for pouca, deve-se alimentar-se mais vegetais.
•Gordura: Origem em parte vegetal, tais como azeite de oliva, óleo de caroço de algodão, de amendoim e de coco, e em parte de animal, como manteiga e banha. O maior cuidado deverá ser quanto a quantidade ingerida deste alimento, pois em grande quantidade poderá ocasionar mal estar na digestão, o que acarretará a formação de ácido, exigindo mais água para sua eliminação. Lembrando que a gordura não constitui um elemento essencial para a nutrição.

A alimentação deverá ser metodicamente conseguida, mediante certos procedimentos, a saber:

1.O Alimento Silvestre

Você deve aprender a superar sua aversão a certos e determinados alimentos. Com poucas exceções, todos os animais são comestíveis quando recém abatidos. Não coma sapos. As diferenças entre sapos e rãs são:

O sapo tem pele em crostas,
O sapo é mais claro,
O sapo tem mossas entre a cabeça e as patas dianteiras,
A rã tem a perna mais escura e esguia,
O refúgio costumeiro da rã é a água.
Nunca ponha em risco sua vida pela ingestão de alimentos marinhos deteriorados. O peixe estragado apresenta as guelras viscosas, olhos afundados e a carne ou a pele excessivamente mole ou exalando cheiro desagradável. Comprimindo a carne do peixe com o polegar, e ao retirá-lo deixar uma mossa na carne, é um indício de que está deteriorado.

2.O Alimento Animal

Tudo o que se arrasta sobre o chão e que anda sobre as patas, que nada ou que voa, constitui uma possível fonte de alimento. A espécie humana come gafanhotos, lagartos sem pêlos, larvas e crisálidas de escaravelhos furadores de madeira, içás e cupins. Pássaros e Pequenos Animais são mais difíceis de serem caçados. Destacam-se os pombos, ratos selvagens e macacos.

Armadilhas

A melhor maneira de apanhá-los é por meio de armadilhas e alçapões que devem ser armados à tarde e recolhidos pela manhã. Mais eficiente será armá-las nas trilhas feitas por animais. A carne não deve ser muito cozida, aproveitando-se o coração, fígado e rins, que possuem vitaminas essenciais. Usam-se latas ou outros recipientes que resistam ao calor, cozinhando-se os mesmos com água que deverá ferver durante 2 ou 3 minutos. Não havendo vasilha, a carne pode ser assada, enrolando-a em várias camadas de folhas verdes, que são colocadas no meio das cinzas quentes, com fogo na parte superior ou sobre pedras, previamente aquecidas, colocadas em buracos cavados no solo. Depois de 2 horas de cozimento a carne estará pronta para ser comida.

Insetos

•Cupins
Cupins cuja fêmea alada ou tanajura pode aparecer em clareiras e relvados. Tiradas as asas, podem ser comidas cruas e fritas em gorduras, tendo o sabor de castanhas torradas.
•Gafanhotos e Grilos
•Escaravelhos
São pequenas lagartas riscadas de verde e preto, podendo ser achadas no interior de paus secos ou árvores caídas.

Alimento Vegetal

As plantas são mais comuns do que os animais, e são poucas as plantas silvestres que produzem efeito mortal quando ingeridas em quantidade diminuta. Não coma um alimento estranho sem antes prová-lo. Cozinhe, primeiramente, uma amostra. Em seguida, ponha a amostra na boca, mastigue e conserve a porção na boca durante 5 minutos. Se passados esses minutos, o paladar não estranhar o gosto da porção, poderá comer sem susto. Mas se o paladar estranhar, não coma o alimento em questão. O paladar estranho e perigoso apresenta um gosto de queima, abrasador, um gosto amargo e que causa enjôo e náuseas. Evite comer plantas com gosto amargo ou leitosas. De modo geral, podemos comer todos os alimentos procurados por pássaros e mamíferos: ratos, macacos e pequenos roedores. Na dúvida sobre se uma planta é comestível ou não, cozinhe a mesma. Todo alimento que contêm amido deve ser cozido, pois cru é indigesto. Os legumes consistem, em sua maior parte, em folhas sumarentas, vagens, sementes, talos e raízes não lenhosas e os mais novos e macios devem ser cozidos antes de serem ingeridos. Grandes números de brotos vegetais são comestíveis, principalmente os de samambaias, os rebentos de todos os brotos vegetais são encaracolados e quase todos são cobertos de farpos que lhes dão um gosto amargo. Para prepará-los, deve-se:

- tirar os fiapos, esfregando-os dentro d’água,
- ferver os brotos durante 10 minutos,
- trocar a água e ferver por mais 30 a 40 minutos.

Nenhuma das espécies de gramíneas é venenosa (arroz, milho, sogro, etc.).

Ferva-os antes de ingerir. Os cocos caídos germinam no mesmo local tudo deles é consumido, seu gosto é agradável e nutritivo. Os brotos de coco podem ser comidos como se comem aipo. Os coquinhos de palmeiras podem ser ingeridos, pois não são venenosos.

Cuidados Especiais

Todas as cobras, com exceção das do mar, servem para comer.

O tempo e o esforço que você despender na construção de um desses currais, mesmo que pequeno, deverão depender da séria necessidade de arranjar alimento e também do período de tempo que você pensa em permanecer no local em questão. O local da cercada a ser construída deverá ser escolhido quando a maré estiver cheia (preamar). A construção deverá ter lugar com a maré baixa (baixa-mar). Uma ou duas horas deverão ser suficientes para completar a cercada. Estude as possíveis vantagens que os acidentes naturais do local oferecem e aproveite essas vantagens a fim de economizar trabalho.

Peixes Fluviais Perigosos

- Bagres e Mandis: possuem de três ferrões, um em cada nadadeira. Uma ferroada desses peixes é muito dolorosa e resulta em inflamação, às vezes acompanhada de febre.

- Piranhas: são carnívoros, muito comuns no Brasil. É considerado o peixe mais perigoso que existe. Vive em cardumes e são três tipos: branca, ou preta e vermelha ou acajú.

- Arraias: são peixes cartilaginosos que possuem o corpo romboidal, comprido de cima para baixo, com a cauda muito delgada e armada de um ferrão, bifapeado, com aspas retorcidas em forma de punhal. Causa uma ferida de difícil cura pela irregularidade de corte, e porque o ferrão deixa nela um produto viscoso.

- Baiacus: seu tamanho varia. Tem uma pele flácida, cor verde malva dorso, esbranquiçado na barriga, guarnecidos por minúsculos acúleos e boca pequena. A parte inferior do ventre é também ligeiramente áspera, além de ser perigoso devido aos espinhos. São extremamente venenosos.

- Poraquê: é conhecido como peixe elétrico, devido ao efeito produzido por uma descarga elétrica relativamente acentuada, dependendo do seu tamanho. A descarga elétrica utilizada por ele é um meio de autodefesa. Habitam nas regiões do Amazonas, Pará e Mato Grosso.

- Candirú: é um minúsculo peixe que pode ter até 3 centímetros de comprimento, e a maior particularidade deste peixe é a facilidade de penetração no ânus e uretra das pessoas que se banham nos rios onde eles se habitam.

Obs.: não se deve comer peixe que tenham pele espinhosa e lisa, mas somente os que tiverem escamas de revestimentos.

Cozimento Indireto Sob o Fogo

a)Por meio de pedras quentes:
Aqueça várias pedras dentro de uma fogueirinha e deixe-as ficar até desaparecerem as chamas e restarem brasas. Coloque o alimento a ser cozido sobre ou entre as pedras aquecidas e cubra tudo com folhas e plantas.

b)Fervura por meio de pedras quentes:
Prepare uma vasilha com alimento e água. Coloque pedras aquecidas ao rubro, até que ferva. Cubra a vasilha com folhas grandes pelo período de uma hora.

c)Nós de bambu:
Os nós de bambu constituem boas vasilhas, aquecendo-os até carbonizarem parcialmente.

d)Cozimento sob o fogo:
Uma vez aberto o buraco, que deverá ser raso, forre o mesmo com folhas de plantas ou então envolva o alimento nas folhas, antes de colocá-los no fundo do buraco. Cubra o buraco com uma camada de areia ou terra e acenda o fogo bem em cima dessa camada.

Fogo

Você necessitará de fogo para se aquecer, manter-se enxuto, sinalizar e purificar a água (pela fervura). Não faça fogueiras muito grandes. As pequenas exigem menos combustível, são mais fáceis de controlar e seu calor pode ser concentrado. Você necessitará do fogo para se aquecer, se manter enxuto, sinalizar, cozinhar e para purificar a água pela fervura. Não despreze os conselhos que se seguem, todos baseados em velha experiência e de valor comprovado. Não faça uma fogueira grande demais. As fogueiras pequenas exigem menos combustível e são mais fáceis de controlar; além do que, o seu calor pode ser concentrado. No tempo frio, pequenas fogueiras dispostas em círculo, em volta de um indivíduo, produzem muito melhor efeito do que uma só e grande fogueira.

PODE-SE ACENDER O FOGO UTILIZANDO:

Fósforos,
Isqueiros,
Pederneira de aço,
Lente de vidro,
Atrito,
Taquara de bambu,
Correia.

Vestuário

A roupa o protegerá do frio, calor, queimaduras do sol, dos insetos e poderá evitar muitos arranhões na pele.

-Mantenha a roupa limpa,
-Mantenha seu corpo coberto a fim de:

a)Evitar mordidas de mosquitos portadores da malária (Anófele) e de outras doenças,
b)Proteger sua pele contra possíveis infecções causadas por arranhões de espinhos ou folha de capim,
c)Evitar queimaduras do sol, em terreno descoberto.

Jornada Sobre a Terra

Antes de iniciar a jornada, planeje-a cuidadosamente e faça todos os preparativos de modo mais completo possível. Não se sobrecarregue. Procure levar palitos de fósforo ou isqueiro, velas, bússolas, mapas, estojo de primeiros socorros, caderno de notas e lápis. Tudo isso deve ser acondicionado num saco à prova d’água. Deverá levar também um machado ou faca, água, alimentos, espelhos de sinalização, óculos para sol (se houver), relógio, fio metálico ou corda estais para armar abrigos. Não se sobrecarregue: uma mochila contendo tudo que você precisará não deverá ultrapassar a 12 ou, no máximo, 15 quilos. Deixe uma notificação na aeronave por escrito. Deixe também um sinal que seja visível no ar indicando a direção seguida. Retire da aeronave, se possível, a bússola magnética e altímetro. Não esqueça de remover os imãs de compensação da bússola. Procure seguir sempre o caminho mais fácil e mais seguro, mesmo que seja mais longo. Os deslocamentos devem ser lentos. Poupe suas forças contornando os obstáculos. Não lute com os cerrados e capoeiras, cortando o mato com facão. É preferível contorná-los. Não tente vencê-los na força. Não suba em linha reta um aclive. Quando este for muito inclinado, procure subir em ziguezague, a fim de poupar sua energia. Mantenha um ritmo normal de marcha. Caminhe durante três horas e descanse uma e inicie as marchas pela manhã, procurando acampar antes do anoitecer. Às 17:00 horas, na selva, já começa a escurecer, portanto, já a partir das 15:00 horas, procure encontrar um local para acampar. As correntes de água e as picadas abertas pelos animais são as estradas do sertão. Em caso de tempestade ou nevoeiro, acampe logo e espere que a visibilidade se torne novamente normal e as condições de tempo se tornem melhores antes de prosseguir viagem. Assinale o caminho percorrido e o rumo seguido. Faça setas nas árvores e em pequenas pedras, quebre galhos, amarre pedaços de pano e modifique a paisagem natural. Evite acampar nas margens de rios ou riachos. Prefira pequenas elevações, a mais de 100 metros de um curso de água. Não acampe junto de árvores mortas ou debaixo de galhos secos. Acenda uma fogueira junto de seu acampamento. Conserve limpo seu acampamento:

O lixo do acampamento deverá ser jogado dentro de uma fossa aberta para este fim, em local afastado cerca de 700 metros do acampamento e da fonte d’água para o mesmo. Os carrapatos poderão ser numerosos, especialmente nos capinzais. É possível que dúzias deles se agarrem a você, por isso dispa-se completamente uma vez ao dia e examine-se dos pés à cabeça, procurando não somente carrapatos, como também percevejos e outros parasitas e até mesmo sanguessugas. Os carrapatos na roupa poderão ser afastados com uma escova ou vassourinha. Projete para longe, com piparotes bem aplicados, os carrapatos que andam sobre a pele. Os que estiverem agarrados, logo afrouxarão se lhes for aplicado um pingo de iodo. Também largarão se você chegar-lhe uma ponta acesa de brasa, tendo o cuidado de não queimar sua própria pele.

Método de Orientação e Procedimentos em Matas

Deslocamentos em Matas

O indivíduos ou grupo de indivíduos realizando buscas ou aventurando-se ao ver-se isolado na selva e tendo necessidade de sobreviver tenderá, naturalmente, a movimentar-se em uma direção qualquer em busca de salvação. Será normal esta precipitação, mas totalmente errada, pois muitos já perderam a vida por terem se deixado dominar pela ânsia de salvar-se, andando em círculos e entrando, fatalmente, em pânico.

Generalidades

A densidade da vegetação torna a selva “toda igual”. Nela não haverá pontos de referência nítidos, mesmo aqueles que já possuem alguma experiência não confiam muito em possíveis referências, pois tudo se modifica se confunde devido à repetição contínua e monótona da floresta fechada. Os incontáveis obstáculos constantemente causarão desequilíbrios e quedas, tornando difícil a visada permanentemente sobre determinado ponto. A necessidade de saber onde pisar ou colocar as mãos desviará, por certo, a direção do raio visual. E, finalmente, a própria densidade da vegetação só permitirá que se veja até a distância de 15 ou 20 metros à frente, quando muito. À noite nada se vê, nem a própria mão a um palmo dos olhos. O luar, quando houver, poderá atenuar um pouco essa escuridão sem, contudo entusiasmar o deslocamento noturno. O copado fechado das árvores não permitirá que se observe o sol ou o céu, a não ser que esteja em uma clareira, o que, ainda assim, não significará que se possa efetivamente observá-los de dia o de noite, pois haverá constantemente a possibilidade de céu nublado.

Por tudo isso, os processos de orientação na selva sofrerão severas restrições e, por já constarem de outros manuais, serão aqui apresentados de modo geral. Orientação por Bússola. As bússolas encontradas nos conjuntos de sobrevivência nada mais são do que agulhas magnéticas móveis colocadas sobre um eixo que passa pelo centro de gravidade. Para se utilizar uma bússola manual, algumas regras devem ser seguidas:

Quem determina o NORTE é a agulha e não o limbo.

Para se fazer a leitura das direções com segurança, o primeiro passo é colocar o NORTE do limbo de maneira que coincida com o NORTE da agulha. Marca-se a direção a ser seguida a partir do local do acidente. Calcula-se o tempo de caminhada na direção determinada. Caso seja necessário mudar de direção, sinaliza-se o local em que se efetuou a mudança. Sempre em que for feita a leitura da bússola, deve-se certificar que a mesma não está sob influência de alguma força magnética externa (imã, ferro, aparelho elétrico, etc.)

Bússola da Aeronave

Poderá ser utilizada, retirando-se os magnetos compensadores que vêm acoplados a ela.

Orientação por Relógio

Coloque o número 12 do mostrador na direção do sol. A bissetriz do ângulo formado entre 12 e o ponteiro de horas indicará o norte a qualquer hora do dia.

Orientação pelo Sol

Para orientação pelo sol, estende-se o braço direito para o nascente. À esquerda teremos o Oeste, à frente o Norte e as costas, o Sul. O Cruzeiro do Sul não deverá ser confundido com uma cruz maior, não muito distante da verdadeira e conhecida pela denominação de “Falsa Cruz”, que não aponta para o sul e suas estrelas têm menos brilho do que as do Cruzeiro, embora mais distanciadas entre si. O falso Cruzeiro do Sul tem uma estrela bem no centro, completando cinco estrelas no total, ao passo que o Cruzeiro do Sul verdadeiro também possui cinco estrelas, mas uma delas é excêntrica. Destas cinco estrelas, duas contam-se entre as mais brilhantes nos céus. São as estrelas do braço sul e leste da cruz. As estrelas dos braços norte e oeste, embora brilhantes, também são menores.

Navegação Terrestre Diurna

Equipe de navegação:

Teoricamente, uma equipe de navegação na selva compor-se a de quatro homens:

HOMEM PONTO: será aquele lançado à frente para servir de ponto de referência, portando um facão para abrir a picada.

HOMEM BÚSSOLA: será o portador da bússola e deslocar-se-á imediatamente à retaguarda do HOMEM PONTO, devendo manter a bússola amarrada ao corpo para não perdê-la, quando não estiver sendo utilizada, deverá estar fechada.

HOMEM PASSO: será aquele que se deslocará atrás do HOMEM BÚSSOLA, com a missão de contar os passos percorridos e transformá-los em metros. Para desempenhar essa função, deverá ter o passo aferido com antecedência, o que teria sido feito do seguinte modo:

Em um terreno plano, medir e marcar a distância de 100 (cem) metros;

Percorrer essa distância 10 vezes, observando-se assim, cada vez, um determinado número de passos;

Tirar a média e concluir: 100 metros são percorridos por “P” passos. A esse número de “P”, somar P/3 (um terço);

Concluir finalmente: 100 metros na selva serão percorridos por “P” + P/3 passos. Essa margem e segurança, P/3 (terço) compensará os erros provenientes de incidentes comuns nos deslocamentos através da selva, como quedas, desequilíbrios, passagens sobre troncos, pequenos desvios, terrenos elevados e uma série de outros.

HOMEM CARTA: será o que conduzirá a carta (se houver) e auxiliará na identificação de pontos de referências ao mesmo tempo em que nela lançarão outros que mereçam ser locados.

Obs.: Será interessante e muito aconselhável que todos os homens que integram um grupo tenham conhecimento do emprego da bússola e possuam o passo aferido, o que possibilitará o rodízio de funções. O uso do facão do mato será restrito, para que não se deixem pistas.

Técnicas de Navegação

O Azimute é Desconhecido

Será o caso em que o grupo está perdido e tentará encontrar um caminho para a salvação. Após um calmo estudo da situação, será selecionada uma direção da qual se tirará o azimute segundo o qual se navegará. Isso evitará que se caminhe em círculos (fato normal para quem, sem a bússola, procura marchar na selva). Ao mesmo tempo em que permitirá se necessário, retornar ao ponto de partida, orientando-se pelo contra-azimute. Quer seja azimute ou contra-azimute, a técnica será:

HOMEM BÚSSOLA, lançará o HOMEM PONTO à frente, na direção do azimute até o limite de sua visibilidade, por deslocamentos comandados “um pouco para a direita” ou “mais à esquerda”. HOMEM BÚSSOLA determinará, com precisão, o local onde o HOMEM PONTO deve parar. Estando este parado, aquele se deslocará até ele e o fará dar um novo lance à frente, na direção do azimute de marcha, repetindo as operações anteriores. Será, portanto, uma navegação por lances. O HOMEM PASSO: seguirá aqueles dois, contando o número de passos. À medida que atingir 50, 100 ou quantos passos convencionar, irá anotando-os em um cordão por meio de nós, palitos de fósforos, pequenos galhos, folhas ou outro meio qualquer, de modo que, a qualquer momento, possa converter passos em metros e saber o quanto andou. Tal procedimento será necessário porque poderá haver necessidade de retorno ao ponto de partida e, neste caso, será sempre útil saber que distância ter-se-á de marchar até ele. Será, pois, o fator de controle. Além do mais, caso haja uma carta e surjam acidentes dignos de ser locados, essa distância será necessária.

Ultrapassagem de obstáculos

Será normal em um deslocamento na selva encontrarem-se, na direção de marcha, os mais variados obstáculos, tais como: árvores caídas, buracos, galharia, barreiras quase na vertical, aclives e declives suaves ou acentuados, chavacais (banhados, alagadiços), pantanais, iguarapés (estreitos e largos de fraco ou correnteza, rasos ou profundos, iguapós, rios, lagos e lagoas, etc.), quando se marcha segundo um azimute, às vezes não, sendo então necessário vencê-los. Dentre a variedade de processos existentes para realizar um desvio ou transpor um obstáculo, serão apresentados os que seguem:

Desvio de um obstáculo

PRIMEIRO PROCESSO – DO PONTO DE REFERÊNCIA NÍTIDA

Chegando ao obstáculo, escolhe-se um ponto bem nítido no lado oposto para servir como referência. Efetua-se o desvio necessário, chega-se ao ponto e a marcha é reiniciada. Entretanto, o processo raramente terá aplicação prática quando se tratar de obstáculos de grandes dimensões, pois o mais difícil na selva será encontrar aquele ponto nítido. Por isso, quando se sair de um ponto em busca de outro, não esquecer de deixá-lo antes muito bem marcado, para facilitar o retorno em caso de insucesso.

SOBREVIVÊNCIA NO MAR

Generalidades

Durante o último conflito mundial ocorreram numerosos casos de náufragos que permaneceram vários meses no mar, em pequenas balsas ou botes de borracha e que se salvaram apesar de, inicialmente, não disporem de água ou de comida. O recorde pertence a um marinheiro chinês, que permaneceu 133 dias no mar, mantendo-se vivo à custa de água da chuva e de peixe. De um modo geral, a sobrevivência no mar dependerá principalmente das rações e dos equipamentos disponíveis, bem como da iniciativa do próprio náufrago. Desses equipamentos, destaca-se a pesca, portanto o peixe constitui a única fonte de comida e de água de um náufrago.

Cuidados Imediatos para a Sobrevivência no Mar

Em princípio, são os seguintes:

a)Manter-se bem afastado da aeronave sinistrada, (mas não em excesso) até que esta afunde.
b)Evite flutuar em água coberta de combustível.
c)Procure imediatamente pelos desaparecidos.
d)Salve tudo o que puder dos equipamentos que estiverem flutuando.
e)Verifique se o bote salva-vidas não está vazando ou se não apresenta zonas esfoladas.
f)Retire a água do mar que estiver dentro do bote.
g)Proteja o bote contra arranhaduras provocadas por sapatos ou objetos pontiagudos, cortantes, etc.
h)Arme um toldo sobre o bote e procure instalar um “QUEBRA VENTO” para evitar os salpicos de água do mar.
i)Mantenha os náufragos juntos para se aquecerem.
j)Movimente-se com regularidade para manter ativa a circulação. Isso o aquecerá e evitará feridas nos pés e nas nádegas.
k)Socorra os que necessitarem de primeiros socorros. Coloque os feridos de comprido dentro do bote.
l)Se houver mais do que um bote, ligue-os por meio de amarras, fixando-as à corda salva-vidas que circunda o bote.
m)Ponha para funcionar o rádio de emergência e prepare todos os demais meios de sinalização
n)Proteja: bússolas, relógios, fósforos e isqueiros contra a umidade.
o)Proteja-se contra os raios solares por meio de toldo, de vestes, de óculos, de cera protetora de lábios.
p)Avalie a quantidade de água disponível, levando em conta que em média um náufrago necessita de MEIO LITRO DE ÁGUA (500ml) por dia.

Cuidados Especiais com o Bote Salva-Vidas

a)Se houver mais de uma embarcação coletiva, deverão ser agrupados, unidos (dentro do possível) através de corda de, no mínimo, 8 metros, para evitar abalroamento entre as embarcações, e também que as embarcações derivem para rumos diferentes, facilitando o trabalho de localização e o resgate pelo SAR.
Examine os fragmentos da aeronave que esteja flutuando, aproveitando o que for possível. Procure retirar da água todas as rações, garrafas térmicas, vasilhas e todos os materiais que avistarem desde que não comprometa as condições do bote (material cortante e peso).
b)Verificar freqüentemente se o bote está inflado. Ocorrendo um esvaziamento, procure corrigi-lo com o auxílio da bomba manual. Nos dias frios coloque mais ar no bote salva-vidas e nos dias quentes retire um pouco de ar. Isso é necessário devido à capacidade de expansão dos gases.
c)Evite deixar anzóis, canivetes, latas e demais objetos afiados ou cortantes no fundo do bote.
d)Conserve o bote seco e em constante estado de equilíbrio.
e)Não deixe de usar uma biruta de água, ligada ao bote. Não dispondo da mesma, improvise-a por meio de um balde de lona, uma camisa ou um pedaço de lona. Ela manterá o bote próximo ao local do acidente e facilitará o trabalho de busca e salvamento. Deve-se cuidar para que a biruta d’água não fique presa à aeronave ou partes desta.
f)Use tampões especiais para vedar qualquer infiltração.
g)Cuidados com a saúde dos náufragos:

-Enjôo de mar: não coma, não beba, deite-se e mude a posição de sua cabeça. Dispondo de remédio contra enjôo de mar, tome-o logo.
-Úlceras provocadas pelo contato com a água do mar: não procure abri-las ou espremê-las. Use pomada anti-séptica e não deixe a umidade penetrar nas feridas. Elas devem, dentro do possível, permanecerem secas.
-Olhos doloridos: o reflexo intenso do céu e da água poderá fazer com que os olhos fiquem injetados de sangue, inflamados ou doloridos. Faça uso de óculos protetores ou improvise-os com um pedaço de pano ou atadura.
-Prisão de ventre: é comum, por causa da exigüidade da alimentação. Não se impressione demasiadamente com isso e não tome laxantes.
-Dificuldade de urinar: cor escura da urina e a dificuldade de urinar são fenômenos naturais.
-Distúrbio mental: a fadiga e o esgotamento resultante de grandes privações podem gerar distúrbios mentais. O melhor meio de evitá-los é dormir e descansar tanto quanto possível.
-Cuidados com lábios e peles: use batom incolor, manteiga de cacau, ou qualquer espécie de óleo ou pomada para proteger seus lábios.
-Queimadura pelo sol: conserve a cabeça e a pele, em geral, cobertas. Lembre-se que os raios solares refletidos na água também queimam a pele, proteja o pescoço e a nuca por meio de uma aba improvisada.

Sinalização

Poderá ser feita por meio de:

a)Espelho apropriado ou improvisado.
b)Pedidos internacionais no horário de silêncio de 15 a 18, 45 a 48 minutos depois de cada hora cheia. A palavra “MAY DAY” ou “MËDË” em 121,5 MHz é emitida em rádio telefonia ou por qualquer emissor de voz humana.
c)Artifícios pirotécnicos:

•Sinais de fumaça durante o dia.
•Sinais de luz vermelha durante a noite.

Evite que esse material provoque incêndio no barco.

d)Corantes de marcação deverão ser usados durante o dia. O corante está contido em um saco de pano na forma de um produto químico que reage na água, alterando o ”ph”; produz uma mancha sinalizadora que permanece ativa durante 3 horas aproximadamente e pode ser vista a uma distância de 10 NM. Deverão ser mantidos embrulhados e protegidos da umidade.
e)Sinais luminosos à noite, por meio de lanternas elétricas de mão. Qualquer luz pode ser percebida sobre as águas à distância de muitas milhas
f)Apitos, à noite ou em ocasião de nevoeiro, para atrair a atenção de pessoas em navios ou na praia.

Água

Procure reduzir a necessidade de água por meio de:

a)Redução de alimentação.
b)Conserve o seu corpo bem protegido, tanto do sol como do seu reflexo na superfície das águas.
c)Mantendo as roupas molhadas ou úmidas com água do mar nos dias quentes. Não exagere esta prática nos dias quentes quando não dispuser de um toldo protetor.
d)Sempre que puder, fique quieto e procure cochilar um pouco.

Utilização do aparelho destilador atuado pelo sol, se existente à bordo.

a)Leia com atenção as instruções que o acompanham.
b)Monte-o sem perda de tempo, amarrando-o fortemente ao bote.
c)Não tendo o aparelho destilador, nem contando com água da chuva, utilize o dessalgante.

Utilização de água das chuvas, que deverá ser coletada em vasilhas disponíveis, no toldo ou em um receptáculo feito com lona. Pode-se ingeri-la pura ou misturada com um pouco de água do mar. Sempre que chover, beba água o quanto puder conter seu estômago, sem que se sinta mal. Utilizando o bote salva-vidas para coletar água da chuva, use o lado azul do dossel (teto) do bote, (o lado amarelo costuma esfarinhar-se).

Se você não dispuser de água, não coma.

Água salgada: análises de situações de emergência no mar, em que os sobreviventes ingeriram água salgada, demonstraram um número de mortes de 7 a 8 vezes maior do que nas sobrevivências em que os náufragos não a ingeriram. A principal razão consiste no fato de que o corpo humano, para metabolizar e expulsar o sal contido na água do mar, necessita de mais água. Como uma situação de sobrevivência não existe água natural em quantidade suficiente, a água utilizada pelo organismo durante esse processo é aquela contida nas células do corpo, o que acelera o estado de desidratação, levando fatalmente à morte. O resultado da tentativa de avaliar a sede bebendo a água do mar é quase sempre o mesmo: a cada gole de água salgada, aumenta a sede. O náufrago procura então aliviá-la bebendo mais água do mar, numa quantidade cada vez maior, até perder o autodomínio.

Quantidade necessária de água: a quantidade mínima de água para que uma pessoa possa se manter em forma é de mais ou menos ½ litro (500ml) por dia. Se o suprimento de água for insuficiente, será preferível bebê-la no primeiro dia de uma vez só.

De Alimentos

Não possuindo mais rações, ou quando forem elas muito reduzidas, deve-se procurar alimento marinho, representado principalmente pelos peixes. Por outro lado, não se deverá comer.

a)Mariscos pertencentes a colônias onde existem moluscos mortos ou quase mortos e mal cheirosos. Não coma mariscos e ostras agarradas a cascos de navios ou qualquer objeto metálico, pois os mesmos provocarão intoxicações violentíssimas.
b)Medusas, águas-vivas, caravelas, cobras do mar e holotúrias.
c)Vísceras ou ovos de qualquer peixe desconhecido.
d)Baiacus lisos ou de espinhos (Tem corpo arredondado com pele dura, boca pequena, com bico de papagaio).

Como pescar em pleno mar

Em princípio, utilizando-se os apetrechos de pesca que existem no bote. Entretanto, se não mais existirem, deve-se proceder da seguinte maneira, como alternativas:

a)Improvise um anzol com alfinetes, clips, pregos de sapatos e canivetes. Esses anzóis devem ser pequenos e a linha de pesca muito leve.
b)Improvise a linha de pescar, utilizando-se de cordão de sapatos ou fio da própria roupa.
c)Improvise um arpão, amarrando uma faca a um remo.
d)Utilize tudo que possa funcionar como uma rede.
e)Empregue um facho de luz (da lanterna ou do reflexo dos raios da luz no espelho) à noite, fazendo-o incidir sobre a água. A luz atrairá os peixes e muitos deles irão cair dentro do bote.

Capturando o peixe, mate-o com uma pancada na cabeça antes de trazê-lo para bordo. Quando pescar, amarre a extremidade do fio ao bote. Procure pescar peixes pequenos que servirão de isca. Mais raramente, poderá obter alimentos capturando aves marinhas por meio de anzóis com isca. Todas as aves constituem alimento em potencial. Muitas aves serão atraídas pelo bote, como pouso ou descanso. Neste caso, trate de agarrá-las logo que tenham fechado as asas. Essas aves fornecerão:
carne, a ser comida crua mesmo;
penas, para utilização como iscas de peixes;
sangue, que poderá ser ingerido.

Peixes Venenosos

baiacu

Animais Marinhos Perigosos

a) MORÉIA - As moréias são raivosas e agressivas quando perturbadas em seu “habitat” e sua mordida causa grande lesão que, se não for tratada, infecciona rapidamente.
b) BARRACUDA – Numerosos são os casos de ataques por barracudas. Nadam em pequenos cardumes e suas mordidas, assim como as de moréias, causam lesões graves.
c) ARRAIA – Possuem ferrões na cauda que podem causar ferimentos doloridos e de difícil cicatrização.
d) MEDUSA – As medusas (caravelas, águas-vivas) são comuns nas águas tropicais. O perigo das medusas está no seu contato físico com as cápsulas venenosas cheias com um líquido urticante, distribuídas pelos seus longos tentáculos e que provocam irritações e queimaduras, podendo até provocar a morte.
e) OURIÇO E ANÊMONA - Os espinhos de algumas espécies de ouriços provocam ferimentos dolorosos. Algumas espécies possuem espinhos dentados, tornando-se necessário extraí-los cirurgicamente. Nos casos menos graves, os espinhos de natureza calcária e siliciosa, podem ser dissolvidos pela aplicação de amoníaco, álcool ou sumos cítricos (gotas de limão). As anêmonas, assim como as medusas, expelem uma secreção urticante, que produz irritação. Evite tocá-las com a pele desprotegida.
f) CARACOL VENENOSO – Os caracóis e de formas cônicas, (principalmente algumas espécies do Oceano Pacífico e Índico) são venenosos. Os mais perigosos possuem um apêndice vermelho e uma tromba, que é usada para injetar o seu veneno. A ação desta picada produz fortes dores, inchação, paralisia, cegueira e, às vezes a morte num espaço de até 4 horas. Na dúvida, o melhor a fazer é evitar tocar em caracóis, principalmente se estiverem vivos.
g) TUBARÕES – Apesar de existirem até em águas frias do Ártico e Antártico, os tubarões são mais numerosos em áreas tropicais, subtropicais e temperadas, e a grande maioria dos ataques foi registrada em águas com temperaturas acima dos 18 graus centígrados. Os tubarões são de fato imprevisíveis e as causas dos ataques a seres humanos são as mais diversas. As medidas enunciadas a seguir não significam que o ataque será evitado, mas em muitas ocasiões poderá surtir efeito: Não retirar as roupas (roupas escuras fornecem maior proteção que roupas claras). Permanecer imóvel, ou se estiver próximo à uma embarcação, nadar com movimentos regulares. Afastar-se dos locais onde existem cardumes de peixes. Estando no interior da embarcação, evitar deixar mãos e pés dentro da água. Se um tubarão atacar a embarcação, procurar atingi-lo no focinho e na cabeça com algum objeto contundente.

Fatores Adversos ao Sobrevivente

Fatores Subjetivos:

a)PÂNICO
Pânico normalmente toma conta de pessoa no momento do acidente, ou mais tarde, já na embarcação. Pode, entretanto, ser controlado e até mesmo dominado quando se está preparado para enfrentar situações de emergência. O conhecimento de procedimentos e um razoável adestramento farão com que se desenvolva o autocontrole.

b)SOLIDÃO
A solidão é o prelúdio do tédio no barco salva-vidas. A pessoa, inicialmente, acredita que em pouco tempo será resgatada e , caso não aconteça, começa a se deixar abater, principalmente quando dá conta da sua situação e da vastidão do mar que a solidão necessita ser combatida através de uma ocupação. A pesca, o cuidado com os feridos, a confecção de um diário, o cuidado com a higiene e com o barco salva-vidas são excelentes exemplos de combate à solidão. Deve-se evitar combater a solidão com a conversa, pois esta pode provocar sede.

c)TÉDIO
Em uma prolongada sobrevivência no mar, o aparecimento de certa rotina, aliada à solidão, faz com que o tédio tenda a se estabelecer. É a fase em que o sobrevivente, revoltado contra tudo e contra todos, começa a se desinteressar das coisas que poderiam servir de ocupação e perde a vontade de viver. Quando em uma sobrevivência o tédio recair sobre alguém do grupo, será necessário combatê-lo persistentemente.

Fatores Objetivos

a)FRIO
Quando o corpo humano é exposto ao frio, perde calor. Se estiver vestido, o calor por ele gerado será mantido por mais tempo.
A evaporação da umidade da pele, na forma de suor (ou em outras formas), é decorrência do aquecimento do corpo. A conseqüência da perda de calor do corpo resulta em uma redução de temperatura da pele, dando a sensação denominada FRIO.
Quando a temperatura interna do corpo cai cerca de 30 graus centígrados, a maioria das pessoas tem suas capacidades mentais e físicas deterioradas e entram em estado de CHOQUE. Se a temperatura do corpo continuar a cair, a pessoa morrerá.
Durante o período de sobrevivência, no caso de baixa temperatura ambiente, uma das constantes preocupações deve ser a de manter as roupas e o barco salva-vidas o mais seco possível.

b)CONGELAMENTO
O congelamento se manifesta principalmente no rosto, orelhas, pés e mãos, levando à ulceração das partes atingidas, podendo inclusive gangrenar os locais, levando à amputação e ameaçando seriamente a vida humana. Ao menor sinal de congelamento (cianose e/ou dormência), deve-se aquecer gradativamente as partes. Em hipótese alguma se deve FRICCIONAR ou MASSAGEAR as PARTES ATINGIDAS.

c)QUEIMADURAS
Os sobreviventes deverão conservar a cabeça e a pele cobertas, protegendo inclusive o pescoço e a nuca por meio de uma aba improvisada. Os raios solares, refletindo na água, também queimam a pele. Deve-se usar pomada anti-séptica nos lábios e na pele para evitar rachaduras. Não se deve furar as bolhas. Deve-se evitar a penetração de umidade, nas feridas para mantê-las o mais seca possível, e cobri-las com pomadas, se existirem. Com o reflexo intenso do sol, do céu e da água, os olhos podem ficar injetados de sangue, inflamados e doloridos. Na falta de óculos, usar um pedaço de pano ou atadura sobre os olhos, além de pomada oftálmica.

CONJUNTO DE SOBREVIVÊNCIA

É o conjunto constituído de um equipamento de sobrevivência e uma bolsa de Primeiros Socorros. De acordo com a região a sobrevoar, o conjunto de sobrevivência poderá ser:

Conjunto de Sobrevivência no Mar
Conjunto de Sobrevivência na Selva

Equipamento de Sobrevivência

É o equipamento utilizado por sobreviventes de acidente aéreo, como auxiliar no provimento de sua subsistência e na comunicação com as unidades SAR, de modo a facilitar e concorrer para sua sobrevivência.

Equipamento de Primeiros Socorros

É o equipamento utilizado por sobreviventes de acidentes aéreos, no tratamento de emergência e cuidados com a saúde, de modo a concorrer para sua sobrevivência.

Todas as aeronaves que realizarem vôos prolongados sobre a água levarão os seguintes equipamentos:

Quando a aeronave estiver a uma distância maior do que 50 milhas marítimas da costa, deverá levar coletes salva-vidas ou equipamento semelhante individual para cada pessoa a bordo, colocado em posição acessível de seu assento.

Quando a aeronave estiver a uma distância maior do que 100 milhas náuticas para aeronaves monomotoras, a 200 milhas náuticas para aeronaves multimotores e que possam prosseguir viagem com um dos motores parados, deverá levar balsas salva-vidas em número suficiente para alojar todos que estejam a bordo, colocados de forma acessível à sua utilização, providas de equipamento de salvamento e sinalização. Deverá levar equipamentos de rádio de sobrevivência que opere em VHF, sendo um equipamento portátil e resistente à água, não dependendo

para o seu funcionamento de fonte de energia da aeronave, podendo ser manejado fora da aeronave por pessoal não técnico. A freqüência é de 121.5 MHz.

EQUIPAMENTO DE SOBREVIVÊNCIA NA SELVA

Conteúdo

Apito
Botas de Cano (meio cano n º 42) (Par)
Bússola
Caixa de Costura
Cartão de Sinalização Terra-Ar
Corda de Nylon (rolo de 100 m) (Rolo)
Espingarda de Caça – calibre 20
Estojo para Pesca (água doce)
Espelho de Sinalização
Faca
Facão com ponta recurvada
Fósforo a prova d’água (Caixa)
Geradores de Fumaça (laranja)
Lanternas com lentes coloridas a prova d’água
Luvas de lona (par)
Manual de sobrevivência
Marcador de Mar (para uso em rios)

Munição:

a)Cartuchos carregados com chumbo
b)Cartuchos carregados com bala
c)Cartuchos carregados com Fumaça Laranja

Pedra para fazer fogo
Purificador de água
Plástico para recolher Água (02mx02m)
Pá (sem cabo)
Repelente para Insetos (Vidro)
Saco plástico para água (05 litros)
Sal de cozinha (comprimidos)
NOTA: Para aeronaves enquadradas nas classes 1,2 e 3.

Um kit de Sobrevivência na Selva para cada 50 pessoas a bordo.

EQUIPAMENTO DA BOLSA DE PRIMEIROS SOCORROS

Antiespasmódico
Antitérmico e analgésico
Antibiótico de largo espectro
Antialérgico – antipuriginoso
Antidiarréico
Antiemétrico
Anti-hemorrágico
Antiácido
Antiinfeccioso (sulfa de ação prolongada)
Antidesidratante
Baton incolor (frio/sol)
Descongestionante nasal
Descongestionante de ouvido
Descongestionante de garganta
Estimulante respiratório
Entorpecente
Atadura de crepom de 06 cm
Band-Aid ou similar (caixa com 30 unid.)
Alfinete de segurança
Esparadrapo de 02 cm
Tesoura reta de ponta redonda
Gaze esterilizada de 01 m
Pomada para queimaduras
Pomada para medicação ocular
Sedativo

EQUIPAMENTOS DA BALSA

Alicate
Âncora flutuante (biruta d’água)
Bomba manual
Balde de lona
Cilindro de CO2
Esponjas
Grampos para reparos
Remendos para botes
Remos
Retinida
Toldo com estais

Obs: O número de botes necessários a cada categoria de peso das aeronaves deverá ter por base o número de 20 sobreviventes

SOBREVIVÊNCIA NO DESERTO

Generalidades

Em quase todos os continentes há extensas regiões desérticas que tem como características aridez do solo, quase completa ausência de chuvas e temperatura muito quente durante o dia e muito frio à noite. A maior de todas as faixas de terras áridas do mundo estende-se desde o norte da ÁFRICA, passando pela região do Golfo Pérsico até Ásia Central. Nelas estão o Saara, da Arábia e de Gobi, e existem outros menores como Kalahari (África Meridional), Sind, Tarin, Vitória, grande deserto de areia (Austrália) Atakama (América do Sul), Serra Nevada (EUA). As dificuldades de sobrevivência em áreas desérticas baseiam-se, principalmente, na obtenção de água e na resistência às temperaturas extremamente altas destas regiões.

Abrigo

No deserto, a construção de um abrigo protegerá os sobreviventes do calor e dos raios solares durante o dia e do frio à noite. A aeronave NÃO deverá ser utilizada como abrigo durante o dia devido à elevada temperatura. No entanto, no período noturno, poderá ser usada como abrigo devido ao forte frio, principalmente no inverno, quando ocorrem fortes pancadas de chuva. Podemos utilizar partes da aeronave para improvisar um abrigo (fuselagem, escorregadeiras, barcos, etc.) ou ainda cavar sob pedras a fim de se obter sombra durante a maior parte do dia.

Sinalização

As fogueiras devem ser feitas de forma que pareçam um triângulo equilátero e afastadas aproximadamente 30 metros uma da outra. Procurar mantê-las sempre acesa. Quando isto não for possível, devido a escassez de material, pode-se até improvisar, utilizando-se de uma lata cheia de areia e colocando combustível, e em seguida colocando fogo, com muito cuidado. Enquanto houver resíduos de combustível haverá fogo.

Obs.: Não se deve utilizar nenhum tipo de sinalização durante uma tempestade de areia.

Água

A maior preocupação do sobrevivente no deserto é a obtenção de água. Ele necessitará de água de 2 a 3 vezes a mais que na selva, ou seja, de 04 a 06 litros.Devido à sua grande importância, convém ter presente a seguintes recomendações:
Colocar a água à sombra, racioná-la e tomar precauções contra possíveis perdas;
Não beber a água nas primeiras 24 horas após o pouso, exceto doentes e feridos;
Manter-se à sombra, se possível, durante as horas mais intensas de calor, o que evitará a sua transpiração;
Se houver pouca água, usá-la apenas para umedecer os lábios;
Se houver menos de ½ litro de água por dia, não comer e não fumar;
Quando encontrar água, deve-se tomá-la bem devagar. E deve-se tomar mais cuidados ainda se a mesma estiver fria porque ela poderá provocar cólicas violentas e até espasmos. Goma de mascar, botão e outros pequenos objetos, quando colocados na boca ajudam a conservá-la úmida pois aumentam a salivação. Ao encontrar plantas deve-se cavar ao redor ou em sua proximidade e provavelmente surgirá água. Pode-se encontrar água também nas curvas dos leitos secos de rios ou em áreas baixas. Os locais onde se encontrar areias úmidas, além de indicarem a presença de água, apresentam uma vegetação mais abundante. Algumas plantas do deserto retêm água nos seus troncos, ramos ou raízes. O ananás silvestre mantém a água das chuvas na base das folhas. Os cactos são revestidos de camadas impermeáveis que impedem a evaporação da água acumulada.

Alimento

Durante o período seco, os vegetais permanecem em estado de latência (compor se estivessem mortos) e, sobrevivem, graças às extensas raízes capazes de captar a umidade das camadas profundas do solo. Portanto ao se encontrar um vegetal que pareça estar seco, deve-se cavar e buscar suas raízes que provavelmente servirão como fontes de alimento. As partes das plantas que, por ventura, sejam encontradas acima do solo, tais como flores, frutas, brotos novos e sementes de cascas, servirão como fontes de alimento. As partes das plantas que, por ventura, sejam encontradas acima do solo, tais como flores, frutas, brotos novos e sementes de cascas, servirão como fontes de alimento. No deserto podemos encontrar sementes de gramíneas, favos ou grãos de arbustos. Os favos e os grãos freqüentemente são espinhosos e amargos, e podem se tornar comestíveis se ficarem imersos em água por tempo prolongado, devendo esta ser ou não utilizada de acordo com a quantidade que se dispõe. O cacto bojudo, nativo das Américas do Sul e do orte, é encontrado em quantidade nos desertos da África, Oriente e Austrália e seus frutos são comestíveis. A procura de alimentos de origem animal deve basear-se na busca de lugares onde exista certa umidade, ou seja, possíveis cursos secos de água sob pedras ou arbustos. Os animais mais comumente encontrados no deserto são: pequenos roedores, coiotes, lagartos e cobras. Os roedores são facilmente capturados durante o dia em suas tocas, pois são animais que vagueiam à noite (notívagos). A alimentação dependerá da quantidade de água.

Cuidados no Deserto

Deve-se dar uma atenção especial ao vestuário para evitar queimaduras na pele. As roupas, quando vestidas frouxas, permitem que se suporte melhor o calor. Deve-se também usar pano sobre a cabeça (se possível, uma encharpe de tecido leve), formando uma aba sobre os olhos, como proteção contra queimaduras do sol e poeira. Usar calça e camisa com pernas e mangas descidas. A camisa deve ficar solta para permitir a ventilação e ficar desta maneira mais fresca. Durante as tempestades de areia deve-se tapar a boca e o nariz. No deserto como na selva, não se deve abandonar o local do acidente, a menos que se tenha certeza de conhecer sua localização. A não ser os povos nômades dos desertos africanos que atravessam, de geração em geração, estas áridas regiões, não se deve arriscar um deslocamento sem destino. Assim, em altíssima temperatura durante o dia, não se permite longas jornadas.

SOBREVIVÊNCIA NO GELO

Generalidades

Durante meses o sol desaparece atrás da linha do horizonte, mas isso é ainda melhor do que no inverno, quando ele nunca aparece. Na Antártida, no Ártico, ou em qualquer outra região gelada, o homem sente-se frágil e pequeno. Em momentos tudo pode se transformar num inferno branco de ventos furiosos; horas depois se pode sentir em pleno paraíso cercado de animais. Temperaturas muito baixas, escassez de alimento e, principalmente, a ação dos ventos fazem com que o homem, caso não conheça algumas noções básicas de sobrevivência, tenha uma sobrevida muito pequena. A maior quantidade possível de roupas deve ser mantida. A manutenção da temperatura do corpo é um dos maiores segredos para ao êxito numa sobrevivência no gelo. As extremidades (mãos, pés, orelhas, cabeça e nariz), mucosas e faces devem ser muito bem protegidas. Um pouso em região gelada pode acontecer sobre uma camada espessa de gelo continental, suficientemente forte para suportar o peso da aeronave ou sobre uma camada de gelo mais fina, que se forma sobre o mar e cuja resistência é limitada. Esta camada se quebra pela ação de ventos e marés, dificultando ainda mais a situação.

Ação Imediata

As ações imediatas (prestação de primeiros socorros e acionamento de rádio faróis de emergência) são idênticas às apresentadas na Sobrevivência na Selva. Deve-se providenciar abrigo imediatamente após o acionamento dos rádios faróis de emergência pois, inclusive, a eficiência na prestação de primeiros socorros poderá depender deste fator. Logo após a construção do abrigo o tripulante deverá acender um fogo para iluminar e aquecer. 

Abrigo

O interior da aeronave não deverá ser utilizado como abrigo visto que a sua temperatura será, também, reduzida drasticamente.Entretanto, partes de sua fuselagem e/ou interior (forração, assentos, etc.) poderão ser utilizados para confecção de um abrigo. Deve-se ter um cuidado especial ao manusear partes metálicas da aeronave que não estejam pintadas porque em contato direto com a pele poderão causar lesões irreversíveis. Escorregadeiras e barcos salva-vidas também poderão servir como abrigo, desde que devidamente fixados sobre o gelo. Há várias formas de abrigos, e dentre eles destacam-se:

trincheiras
cavernas de neve
iglus

Em qualquer abrigo, a forração do local, onde for se deitar, é importante para que a neve não derreta sob o corpo, lembrando-se que, em qualquer abrigo deve-se acender uma vela (ou outra fonte de calor) , de forma a manter a temperatura próxima a 0 º C. O teto deve ser bem liso para evitar que a neve derretida fique gotejando. 

Fogo

Os únicos combustíveis inflamáveis numa sobrevivência no gelo são provenientes da própria aeronave, (querosene e óleos) , e as gorduras de origem animal. Para promover fogo com gordura de origem animal, deve-se depositá-la em um recipiente, utilizando um pavio para acendê-la. A chama produzida da queima deste combustível é muito brilhante e pode ser avistada a grandes distâncias.

Água

Há duas maneiras de se obter água numa sobrevivência no gelo:

Derretendo-se gelo, tendo muito cuidado de não utilizar aquele proveniente de águas onde haja colônias de pingüins ou concentrações de outros animais. Colhendo-se água de fonte natural, oriunda do degelo, cujo curso, sob camadas livres de gelo, muitas vezes pode-se ouvir. 

Alimento

Exceto todo alimento que estiver disponível no interior da aeronave e que deverá ser retirada, nas regiões polares a alimentação se limitará aos alimentos de origem animal; focas serão a principal fonte de alimento. No caso de regiões continentais geladas, cuja localização é afastada do mar, a alimentação pode se basear, além dos alimentos encontrados na aeronave, nos animais de caça e possíveis roedores.

Cuidados Especiais no Gelo

- Fogo: a queima de velas lamparinas, etc. no interior dos abrigos, promove a liberação de monóxido de carbono – gás altamente tóxico. Deve-se, então, não esquecer de providenciar uma pequena abertura no abrigo.
- Congelamento: os congelamentos a nível epitelial podem ser basicamente classificados em três grupos:

1º GRAU: ARREPIOS – não são perigosos, servem como primeiro sinal.
2º GRAU: FLICTEMAS – indicam um processo de queimadura nos tecidos.
3º GRAU: NECROSE – gangrenas ou manchas escuras na pele indicam uma diminuição muito grande do fluxo sangüíneo para a região.

Qualquer sensação de amortecimento ou anestesiamento (dormência) deve ser encarada como prenúncio de congelamento. O frio intenso também pode ocasionar o estado de choque e perda de razão, devido ao estreitamento dos vasos sangüíneos pela hipotermia, ficando o indivíduo em estado letárgico. Deve o sobrevivente neste caso ser tratado à base de imersão, iniciando-se o tratamento com água fria e, aos poucos, aquecendo-a.

IMPORTANTE: O descongelamento nunca deverá ser tratado através de fricção, desta maneira ao invés de apresentar melhoras no quadro clínico, a vítima teria sua situação agravada.

No desenvolvimento de esforços físicos deve-se evitar ao máximo a transpiração, pois ao cessar a atividade o suor se congelará rapidamente, causando hipotermia.

CEGUEIRA: não há uma adaptação natural da visão aos reflexos solares na neve, no gelo e na água. Os raios infravermelhos provocam fadiga ótica e dor intensa. Deve-se proteger os olhos (utilizando óculos escuro, venda ou abrigando-se em lugares pouco iluminados), ao primeiro sinal de dor ocular.

AÇÃO DO VENTO: O corpo humano queima energia para manter sua temperatura. Em regiões geladas este gasto energético é aumentado; o vento aumenta mais ainda a perda de calor, e consequentemente ocorre sensação de frio ao dispensar as camadas de ar “aquecido” existentes entre a roupa e a pele.

GRETAS E FENDAS: São fendas encobertas de neve e constituem perigo em potencial para quem caminha sobre o gelo. Sua formação se deve à acomodação de camadas de neve e gelo em trechos de relevo irregular. Os deslocamentos somente deverão acontecer quando todos os elementos estiverem amarrados entre si e o primeiro homem (homem-guia) for capaz de vistoriar o solo com um bastão (ou similar) e detectar as gretas existentes.

ANIMAIS PEÇONHENTOS

Ofidismo
Conceito
Considera-se como OFIDISMO o conjunto de acidentes causados por picadas de cobras.
Generalidades
No mundo existem, atualmente, cerca de 2.500 espécies de serpentes cadastradas. Destas, apenas 640 podem ser encontradas na América do Sul e 256 espécies no Brasil, sendo que destas apenas 70 são venenosas. De qualquer forma, esses animais ainda causam em nossos país aproximadamente 30.000 acidentes ofídicos por ano, dos quais resultam, em média, 5000 mortes.
Classificação Geral das Serpentes
Do ponto de vista médico e sanitário, as serpentes podem ser classificadas em:
venenosas
não venenosas
Diferenças Morfológicas entre Serpentes Venenosas e Não Venenosas
Para fins de uma identificação imediata, existem certos sinais morfológicos que distinguem as cobras venenosas. Por outro lado comumente, as serpentes venenosas tomam uma posição de ataque quando são perseguidas enquanto as não venenosas, na mesma situação, perdem-se em fuga.

DIFERENÇAS MORFOLÓGICAS
Órgão ou segmento Corpóreo


SERPENTES VENENOSAS
SERPENTES NÃO VENENOSAS

Cabeça

Achatada, triangular e bem destacada do corpo por um pescoço estreito com escamas semelhantes às do corpo

Estreita, alongada e mal se destaca do corpo, sem pescoço, recoberta por placas ao invés de escamas

Fosseta

Localizada entre olho e a narina não existe

Olhos Pequenos, com pupila em fenda vertical

Grandes, com pupilas arredondadas

Escamas alongadas, em ponta, imbricadas e ásperas ao tato, tendo carenas medianas
Achatadas, sem carenas, dando a impressão de serem lisas ao tato

Identificação das Serpentes Peçonhentas

As serpentes peçonhentas terrestres na América do Sul pertencem basicamente a duas famílias:

CROTALIDAE
Gênero Lachesis – veneno laquético – surucucus
Gênero Crotalus – veneno crotálico – cascavéis
Gênero Bothrops – veneno botrópico – jararacas

ELAPIDAE
Gênero Micruros – veneno micrúrico – coral
Especificações da primeira família (Crotalidae)

- Gênero Lachesis – As SURUCUCUS, também conhecidas por pico-de-jaca, surucutinga, surucucu-de-fogo, são as maiores serpentes peçonhentas da América do Sul. Na vida adulta seu comprimento pode chegar a 4,5 metros. Ao contrário da Bothrops e Crotalus, seu bote chega a mais de um terço do comprimento do seu corpo. As surucucus podem ser encontradas nas florestas Amazônica e Mata Atlântica. O número de acidentes provocados por elas chega quase a 3 %.

- Gênero Crotalus – As CASCAVÉIS, também conhecidas como boicininga, maracabóia, possuem guiso ou chocalho na ponta da cauda. Essas cobras vivem em campo aberto, regiões secas e pedregosas. Cerrados e pastos são lugares de sua preferência. Com exceção da floresta Amazônica, Mata atlântica e Regiões Litorâneas, as cascavéis são encontradas no restante do país. Entretanto, é preciso ter cuidado, pois já foram encontradas cascavéis nos campos da Amazônia. O seu tamanho pode chegar a 1,6 metros de comprimento. Essas cobras são responsáveis pela segunda maior porcentagem (8%) de acidentes ofídicos no país.

- Gênero Bothrops - As JARARACAS, também denominadas caiçaras, jararacuçús, cotiara, cruzeira urutu, jararaca-do-rabo-branco, surucurana. Essas cobras possuem causa lisa. O gênero é composto por mais de 30 variedades de cobras que apresentam cores e desenhos diferentes pelo corpo, variando do verde ao negro. São variados também os hábitos dessas

cobras, podendo ser encontradas penduradas em árvores (cobra papagaio), enterradas, entocadas, à beira dos rios ou dentro d’água. Apresentam tamanhos que variam, na vida adulta, de 40 centímetros a 2 metros de comprimento. Essas cobras estão distribuídas em todo o território nacional e são responsáveis por 88% dos acidentes ofídicos. Especificações da Segunda família (Elapidae)

- Gênero Micrurus – CORAIS, vivem geralmente em buracos e sombras de árvores. Preferem caçar à noite, descansam e escondem-se durante o dia. São encontrados em todo território nacional. Responsáveis por cerca de menos de 1% dos acidentes, possuem no máximo 1,60 metros de comprimento. Precisam ser muito provocadas ou pertençam a outras espécies, gênero e grupos.

Freqüência da Localização das Picadas

Características das Lesões Cutâneas Produzidas por Picadas de Serpentes
Podem ser citadas as seguintes:
Picadas de cobras venenosas: Dois orifícios bem nítidos, separados entre si por mais de um centímetro de distância
Picadas de cobras não venenosas: Duas ou mais linhas de escoriações, muito sangrentas, pouco ou muito dolorosas, com pequeno edema.

Modo de Ação dos Venenos de Serpentes

O veneno injetado nas pessoas pelas cobras peçonhentas, ao ser absorvido pelo organismo provoca reações. Essas reações são diferenciadas de acordo com o tipo de cobra que picar.

Envenenamento Botrópico – JARARACAS

As JARARACAS – caiçaras, jararacuçu, urutu, jararacas-de-rabo-branco, canzeira, cotiara, sururucurana – do gênero bothrops – cujo veneno provoca hemorragia, são responsáveis por quase 90 % do acidentes, podendo levar à morte. A ação do veneno no organismo apresenta as seguintes manifestações locais: Precoce, ou seja, até três horas após o acidente: dor imediata inchaço (edema) calor e rubor no local picado hemorragia no local da picada distante dele. As complicações que podem surgir :

bolhas
gangrenas
abcesso
insuficiência renal aguda

Envenenamento Laquético – SURUCUCUS
Os acidentes com as SURUCUCUS, também chamadas de pico-de-jaca, surucutinga, do gênero lanchesis, são muito raros no Brasil. O seu veneno no organismo do acidentado provoca reações semelhantes ao veneno das jararacas. inchaço no local da picada diarréia hemorragia

Envenenamento Crotálico – CASCAVÉIS
A CASCAVEL é responsável por 8% dos acidentes ofídicos. Seu veneno não provoca reação importante no local da picada. Quando este aparece, limita-se a um pequeno e discreto inchaço ao redor do ferimento, que pode passar despercebido. O veneno das cascavéis possuem muita potência, sendo que os acidentes por essas cobras são muito graves, levando à morte caso não sejam tomadas providências. São estes alguns sinais e sintomas de envenenamento:

Precoce, até 03 horas após o acidente:
dificuldade em abrir os olhos
cara de bêbado
visão turva
dor muscular
urina avermelhada
Após 6 a 12 horas:
escurecimento da urina
Complicações:
Insuficiência renal aguda


Envenenamento Elapídico – CORAIS
Os acidentes com CORAIS são poucos frequentes; menos de 1 % do total de acidentes no Brasil. Mas a ação do veneno das corais no organismo é muito rápida, de grande potência e mortal se não for cuidado a tempo. Por isso, os sintomas e sinais aparecem em questão de minutos.

Estes são os principais sinais e sintomas:
dificuldade em abrir os olhos
falta de ar
dificuldade em engolir
insuficiência respiratória aguda

Tratamento do Ofidismo

Muitas vezes, mesmo adotando os cuidados de prevenção, podem ocorrer acidentes com cobras. Como medida de primeiros socorros, até que se chegue ao serviço de saúde para tratamento, recomenda-se:

NÃO SE DEVE AMARRAR OU FAZER TORNIQUETE

O garrote impede a circulação do sangue, podendo produzir necrose e gangrena.

NÃO SE DEVE CORTAR O LOCAL DA PICADA

Alguns venenos podem provocar hemorragias. Os cortes feitos no local da picada com canivetes e outros objetos não desinfetados favorecem as hemorragias e infecções.

Deve-se evitar dar para beber ao acidentado: querosene, álcool, urina e infusão de fumo, pois além de não ajudar pode causar intoxicação.

Manter o acidentado deitado em repouso, evitando que ele ande, corra ou se locomova pelos seus próprios meios. A locomoção facilita a absorção do veneno em caso de acidente com as jararacas, caiçaras, jararacuçus etc. Os ferimentos se agravam. No caso da picada ser em pernas e braços, é importante mantê-los em posição mais elevada.

O TRATAMENTO, DISPONDO-SE DE SORO, CONSISTINDO DOS SEGUINTES E PRINCIPAIS CUIDADOS:

procede-se, inicialmente, conforme consta no caso anterior.

Não sendo identificada a serpente que produziu a picada, aplique o soro ANTIOFÍDICO, ou qualquer outro soro contra veneno de cobra que tiver em mãos. Deve ser ministrada quantidade para neutralizar 100mg de veneno.

SENDO IDENTIFICADA A SERPENTE, proceda da seguinte maneira:

Nos casos de picada por SURUCUCU, aplique o Soro ANTILAQUÉTICO ou Soro ANTIOFÍDICO. Por via oral, dê comprimidos antihistamínicos (benadril), clistin, tritetron ou outros.

Nos casos de picadas de URUTUS e JARARACAS: aplique o Soro ANTIBOTRÓPICO.

Nos casos de picadas por CORAIS VENENOSAS, aplique o Soro ANTILAPÍDICO.

SIGA AS SEGUINTES REGRAS PARA APLICAÇÃO DOS SOROS:

NÃO AGITE AS AMPOLAS DO SORO,
APLIQUE O SORO, O MAIS PRECOCEMENTE POSSÍVEL,
APLIQUE O SORO, POR VIAS: Subcutânea, intramuscular ou endovenosa, na dose de:
01 a 02 ampolas, nos casos benignos
02 a 03 ampolas, nos casos médios
04 a 06 ampolas, nos casos graves
APLIQUE O SORO, EM QUALQUER PARTE DO CORPO: DEVENDO-SE PREFERIR, ENTRETANTO, A REGIÃO INTERESCAPULAR (SITUADA NO DÔRSO, ENTRE OS DOIS OMOPLATAS), ONDE A PELE É MAIS DISTENSÍVEL E MENOS MÓVEL.
A VIA ENDOVENOSA DEVE SER RESERVADA APENAS PARA OS CASOS MUITO GRAVES DE PICADAS POR CASCAVEL. APLIQUE O SORO, ENTÃO, MUITO LENTAMENTE E, SE POSSÍVEL, DILUÍDO EM SORO GLICOSADO HIPERTÔNICO.
NOTA: SANGUE INCOAGULÁVEL SEMPRE INDICA CASO GRAVE.

Serpentes

JARARACA
Possui FOSSETA LOREAL ou LACRIMAL, tendo extremidade da cauda com escamas normais e cor geralmente parda. Nomes populares: Caiçara, Jararacuçu, Urutu, Jararaca-de-Rabo-Branco, Cotiara, Cruzeira, etc. É responsável por 90% dos acidentes. Algumas espécies são mais agressivas; encontram-se geralmente em locais úmidos.

CASCAVEL (Crotálus)
Possui FOSSETA LOREAL ou LACRIMAL, a extremidade da cauda apresenta guizo ou chocalho e cor amarelada.
Nomes populares: Cascavel, Boicininga, Maracambóia, etc.
É responsável por 9 % dos acidentes. Essas serpentes são menos agressivas que as jararacas e encontram-se geralmente em locais secos.

SURUCUCU (Lachesis)
Possui FOSSETA LOREAL ou LACRIMAL, a extremidade da cauda possui escamas eriçadas e cor alaranjada com desenhos pretos no dorso.
Nomes populares: Surucucu-pico-de-jaca, Surucutinga.
É a maior serpente venenosa das Américas.
Encontrada em regiões de florestas tropicais (Amazônia e Zona da Mata) e responsável por 03 % dos acidentes.

CORAL VERDADEIRA (Micrurus)
NÃO POSSUI FOSSETA LOREAL (* Atenção – Ausência de Fosseta Loreal é característica de não venenosas. As Corais são exceção). Coloração em anéis vermelhos, pretos, brancos e amarelos. Nomes populares: Coral, Coral Verdadeira, Ibiboboca, etc. É responsável por 1 % dos acidentes, principalmente devido às pequenas dimensões da boca, e por ser encontrada em tocas – hábitos subterrâneos. Essas serpentes não são agressivas.

Escorpianismo

Conceito

Considera-se como ESCORPIANISMO o conjunto de acidentes causados por picadas de escorpiões.

Generalidades

Logo depois que nascem os escorpiões prendem-se no dorso do corpo materno e aí permanecem durante 1 a 3 semanas.

Depois, passam a ter vida independente, habitando os locais escondidos, embaixo de pedras, de paus podres ou de folhas secas, casas de cupins, tijolos amontoados, porões e telhados.

Nos locais úmidos e escuros é onde são mais encontrados.

Conseqüências Causadas pelo Escorpianismo

Podem ser as seguintes:

DOR LOCAL, OU IRRADIADA, LANCIANTE; É CAPAZ DE CAUSAR ATÉ A MORTE POR COLAPSO.
MAL ESTAR GERAL: INDEFINÍVEL;
DORMÊNCIA QUE SURGE DEPOIS DO PERÍODO DOLOROSO;
SUDOROSE ACENTUADA;
CALAFRIOS;
QUEDAS DA TEMPERATURA CORPORAL;
SENSAÇÃO DE CANSAÇO E SONOLÊNCIA;
TAQUICARDIA (aumento da freqüência dos batimentos do coração) INICIAL;
BRADICARDIA (redução da freqüência dos batimentos do coração) FINAL;
NÁUSEAS E VÔMITOS
Tratamento do Escorpianismo

Pode ser:
- ESPECÍFICO, pela aplicação intramuscular, endovenosas ou intraraquidiana (na espinha), do soro antiescorpiônico, nos casos graves;

- SISTOMÁTICO, por meio de: analgésicos, sedativos, cardiotônicos/diuréticos.

- LOCAL, por meio de curativos locais, analgésicos e anti-sépticos.

PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE OS ESCORPIÕES

Corpo
Tityus serrulatus
Tityus bahiensis
Aspecto Geral
Amarelo
Marrom/preto
Cor do Abdômen
Marrom escuro
Marrom quase preto
Tíbia
Amarela
Com mancha escura
Cauda
Serrilhada
Sem serrilha
Veneno
Muito ativo (neurotóxico)
Ativo (neurotóxico)

Os acidentes com escorpiões são poucos freqüentes. Os escorpiões são pouco agressivos e têm hábitos noturnos. Encontram-se em pilhas de madeiras, cercas, sob pedras, cupinzeiro e adaptam-se bem ao ambiente doméstico.

SINTOMAS: dor local imediata, muito intensa e irradiada. Evidencia-se o ponto ÚNICO da picada ou não, podendo o animal picar mais de uma vez.

TRATAMENTO

SINTOMÁTICO: infiltração local com analgésicos do tipo xilocaína. O tratamento específico somente é utilizado quando o acidentado apresentar mal-estar geral. Quando após duas infiltrações com anestésico, a dor persistir.

ESPECÍFICO: 05 a 10 ampolas de soro antiescorpiônico ou antiaracnídeo polivalente (dose única) – CONSULTAR A BULA. A aplicação do soro deve ser precedida de teste.

Araneismo

Conceito

Considera-se como ARANEISMO o conjunto de acidentes causados por picadas de aranhas.

Principais Espécies de Aranhas Venenosas do Brasil

De um modo geral, toda aranha que tiver um corpo maior do que um grão de milho deve ser temida e evitada. Citam-se, entretanto, as seguintes espécies de aranhas venenosas:

Aranhas ARMADEIRAS: muito agressivas e noturnas que vivem por baixo de pedras, de folhas secas e principalmente, em bananeiras. Não fazem teias e à noite, entram nas habitações. Quando ameaçadas, levantam-se com as patas anteriores para o ar, armando o seu salto. Seu veneno ataca o sistema nervoso e causa a morte às crianças e, mais raramente, aos adultos, em poucas horas. São aranhas errantes.

Aranhas LICOSAS: de médio e grande porte, podendo atingir até 3 centímetros. Tem o corpo negro, pardo ou cinzento. Suas picadas não são mortais, mas provocam lesões necrosantes na pele. São aranhas corredeiras como a aranha de jardim e tarântulas. Possuem hábitos noturnos, é sedentária e errante.

Aranhas CARANGUEJEIRAS: habitam as matas e as selvas. Tem um porte elevado e um aspecto desagradável. Possuem hábitos noturnos, sendo pouco agressivas e até muito tímidas.

Aranhas VIÚVA NEGRA: habitam arbustos, campos cultivados e residências. É uma aranha sedentária de hábitos vespertinos e noturnos. Os acidentes são raros, pois são pouco agressivas.

Conseqüências Causadas pelo Araneismo

Podem ser as seguintes:

- FENÔMENOS NEUROTÓXICOS (causadas pelas Armadeiras), que surgem rapidamente e duram de 5 a 6 horas. Depois da picada, doloríssima, aparece um quadro caracterizado por: dores em todo corpo, câimbras, sensação de angústia, convulsões, calafrios, sudorese intensa, perturbações visuais e até cegueira, retenção de urina, corisa e salorréia e queda da temperatura corporal.

Tratamento do Araneismo

Varia de acordo com a natureza do veneno inoculado pela aranha. Por isso devemos considerar:

O TRATAMENTO DO ARANEISMO NEUROTÓXICO, que se faz por meio de:

Aplicação de SORO ANTICTÊNICO, por via subcutânea, ou intramuscular, na dose de 01 a 03 ampolas de 5 cm³. Geralmente essa aplicação produz uma regressão dos sintomas dentro de 02 horas;

ANALGÉSICOS, por via injetável ou oral;
INJEÇÕES DE PROSTIGMINE;
CARDIOTÔNICOS,
INJEÇÕES DE GLUCONATO DE CÁLCIO a 10% na veia,
APLICAÇÕES NO LOCAL DA PICADA, DE UMA SOLUÇÃO DE ANIL.
FENÔMENOS NECROSANTES (causados pelas licósicas) que se caracterizam por lesões locais da pele e do tecido celular subcutâneo e sem qualquer, ou quase nenhuma, repercussão geral.

A picada é pouco dolorosa e no local atingido surge uma pápula esbranquiçada que, logo após, fica cercada por uma zona muito edemaciada (inchada).
Posteriormente, se formam grandes vesículas e, a partir do 2º ou 3º dia, surgem as placas de necrose (destruição da pele).
A necrose termina-se por uma escara seca, que desprende no 15º ou 25º dia, deixando uma extensa ferida de bordos irregulares e que alcança até o plano muscular.
A cicatrização dessa ferida é difícil e muito demorada.

O TRATAMENTO DO ARANEISMO NECROSANTE se faz por meio de:
Aplicação de SORO ANTILICÓSICO AO REDOR DA REGIÃO ATINGIDA, na dose de 5 cm ³ para crianças;
Analgésicos,
Curativos locais, anti-sépticos e cicratizantes.
Obs.: O Instituto BUTANTÃ prepara um SORO ANTICTENOLICÓSICO, que pode ser aplicado, quando não se consegue identificar a natureza da aranha que produziu a picada.

Características das Aranhas

ARANHA ARMADEIRAS (phoneutria)
Acidentes muito freqüentes, (75%). Aranha muito agressiva, com hábitos vespertinos e noturnos. São encontradas em banheiras, outras folhagens e no interior de residências.
NÃO FAZ TEIA
SINTOMAS: dor intensa no local da picada.
TRATAMENTO: infiltração ao redor da picada com anestésico do tipo Xilocaína, sem vaso constritor.
TRATAMENTO ESPECÍFICO: Soro antiaracnidico polivalente, 05 a 10 ampolas. DOSE ÚNICA. A aplicação do soro deve ser precedida de teste. CONSULTAR BULA.

ARANHA MARRON (loxoceles)
Acidentes pouco freqüentes (6,25%). Aranha pouco agressiva, com hábitos noturnos. Encontram-se em pilhas de tijolos, telhas, beiras de barrancos e também nas residências. É uma aranha sedentária.
TEIA IRREGULAR
SINTOMAS: na hora da picada, dor pequena e despercebida: após 12 a 24 horas; dor local com inchaço; mal estar geral, náuseas, e, às vezes, febre. Pode causar necrose local. Caso grave: urina cor de café.
TRATAMENTO ESPECÍFICO: Soro antiaracnídio polivalente ou Soro antioloxoscélico. 10 ampolas. DOSE ÚNICA. A aplicação do soro deve ser precedida de teste. CONSULTAR A BULA.

TARÂNTULA (licosa)
Acidentes freqüentes, (18,75%). Aranha pouco agressiva, com hábitos diurnos. São encontradas em beira de barrancos, gramados (jardins) e nas residências.
NÃO FAZ TEIA
SINTOMAS: geralmente sem sintomas, pode haver pequena dor local, havendo a possibilidade de evoluir para necrose local.
TRATAMENTO ESPECÍFICO: nenhum

CARANGUEJEIRAS
Acidentes pouco freqüentes. As aranhas atingem grandes dimensões e algumas são muito agressivas; possuem ferrões grandes responsáveis por ferroadas dolorosas.
TRATAMENTO: Anti-histamínico via oral, se necessário.
TRATAMENTO ESPECÍFICO: nenhum

CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS ARANHAS PERIGOSAS DO BRASIL

Gênero Phoneutria “armadeira”
Gênero Loxoceles “aranha marrom”
Gênero Licosa “tarântula”
Gênero Latrodectos “viúva negra”

AGRESSIVIDADE
Muito grande
Mínima
Pequena

PRINCIPAIS LOCAIS ONDE SÃO ENCONRTADAS
Bananeiras e outras folhagens, também nas residências
Pilhas de tijolos, terras e beiras de barrancos, também nas residências
Gramados e beiras de barrancos, também nas residências
Sob arbustos e em campos cultivos, também nas residências

ACIDENTES
Muito frequentes
Pouco frequentes
Freqüentes
Pouco freqüentes

HÁBITOS
Vespertinos e noturnos Aranha errantes
Noturnos Aranha sedentárias
Diurno Aranha errante e sedentária
Vespertinos e noturnos Aranha sedentária

TEIA
Inexistente
Irregular
Inexistente
Irregular

Abelhas e Vespas

São insetos peçonhentos pois possuem glândulas de veneno e ferrão para injeção situados na parte posterior do abdomem. Picadas em número superior a 300 podem ser fatais para adulto com cerca de 65 Kg de peso e, certamente, crianças. Ação NEUROTÓXICA/HEMOLÍTICA. Costumam atacar em massa (grupo) e são muito agressivas. Possuem junto à glândula de veneno uma outra, chamada odorífica, que atrai as companheiras quando esmagada. Os machos não têm ferrão. Os acidentes são produzidos pelas operárias (fêmeas não fecundadas) e que possuem ferrão. 

Existem as seguintes espécies:

Apis Melífera Mellífera: Abelha Preta, Alemã, Europa, do Reino.
Apis Melífera Ligustica: Abelha Italiana, Parda, Amarela.
Apis Melífira Carnica: Abelha Carniola, Austríaca.
Apis Melífira Adamsoni: Abelha Africana Vermelha.
Apis Melífira Capensis: Abelha Africana Preta.

Estas duas últimas são muito irritadiças e perigosas.

NECESSITANDO FAZER ALGUM TRABALHO COM ABELHAS OU PARA PREVENIR ACIDENTES, USE EQUIPAMENTO ADEQUADO.

TRATAMENTO: Médico – Hospitalar (é um acidente sério).

SINTOMAS/TRATAMENTO:
Dor intensa e imediata no local da picada com sensação de ardência.
Vermelhidão e inchaço impressionantes.
Febre com calafrios.
Dores de cabeça
Náuseas. A partir de 15 mm, poderá ocorrer vômitos.
Cãimbras.
Cianose local
Insuficiência cardíaca.
Parada cardio-respiratória por asfixia nos casos graves.
Retirar o ferrão sem pressionar a glândula de veneno que fica presa no local da picada, cortando-o
Dependendo da sensibilidade (estado alérgico) da vítima o quadro se degenera.
O amoníaco líqüido ajuda a reduzir a dor. Assim como nas picadas, após retirar o ferrão, colocar um pedaço de gelo no local que reduz a dor.

JÁ EXISTE SORO PARA O TRATAMENTO e este deve ser Médico-hospitalar.



Vai um cafezinho?

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