8 de jul. de 2012


Tudo bem que o avião do Faustão não seria de todo mal, mas por tudo que aprendi, investi, sonho e quero, prefiro outras aeronaves. E para estar dentro delas, devemos estar arrumadinhos e limpinhos certo? Mas... É muito mais do que você pensava antes de ler esta edição do blog que segue em manutenção. Quer saber? Ok!



Obs.: Se você sofre de hipocondria não é uma leitura aconselhável!

Obs.:2 Se de médico e louco todos nós temos um pouco, que seja de médico! Bora lá?


HIGIENE E SAÚDE

Conceito de Saúde

Saúde é estar em “Um Completo Estado de Bem-Estar Físico, Mental e Social”. Qualquer desequilíbrio em um desses planos, não importando os motivos, caracteriza a Doença.

Conceito de Higiene.

É o estudo e a aplicação de medidas que visam prevenir as doenças e preservar a saúde. A higiene pessoal refere-se aos cuidados que cada um deve ter quanto ao asseio corporal e aos hábitos salutares de vida para prevenir doenças.

As prescrições de higiene devem abranger o homem como um todo: seja no seu Aspecto Orgânico, quanto no Aspecto Psíquico ou Mental, assim como no seu Aspecto Espiritual.

No que diz respeito à dimensão orgânica, a higiene prescreve: manter a boa aparência, cuidar do asseio corporal, dividir bem o dia reservando 8 horas para o sono, 8 horas para o trabalho, e outras tantas para o lazer e demais atividades vitais. Além disso, morar bem, praticar esportes, hidratar-se abundantemente e ter uma alimentação rica em nutrientes (Carboidratos, Gorduras, Vitaminas, Proteínas, Sais Minerais e Água).

Vale salientar que nem todos os alimentos contêm todos esses nutrientes nas proporções desejáveis. Cada alimento contém os nutrientes em quantidades próprias, características inerentes do alimento. Por exemplo: 100g de maçã contém 1g de proteínas, 15g de carboidratos, zero grama de gorduras, 83,5 de água, e menos de 0,5g de vitaminas e sais minerais; totalizando: 100g.

Os alimentos fornecem a energia e o material orgânico para a reconstrução e substituição de células. Além disso, fornecem elementos que aceleram os processos químicos que ocorrem no nosso organismo. Para os tripulantes nos dias de vôo, recomenda-se preferir refeições ricas em hidrato de carbono, e pobres em gorduras e proteínas. Outro cuidado a ser observado diz respeito ao vestuário adequado às condições climáticas. É imprescindível, também, dormir 6 horas após os vôos longos.

No que concerne à dimensão psíquica, prescreve a Higiene Mental: escolher a profissão para a qual se tenha realmente vocação, e muito amor. Deve-se buscar condições para uma realização plena, abrangendo nisso as relações afetivas mais íntimas, as amizades e o companheirismo no trabalho. Preocupar-se com o lazer sadio, com o cultivo de hobbies, de hábitos de leitura e de aprendizagem que possam proporcionar horizontes mais amplos que o da simples rotina de trabalho.

Sendo a Higiene uma ciência que ensina preservar a saúde, faz parte de suas lições a condenação do uso do fumo, do álcool e de outros tóxicos. Como ilustração vejamos: O fumo - a fumaça do cigarro contém mais de 4.700 substâncias químicas das quais 60 são cancerígenas. A nicotina é tragada e absorvida pelos pulmões, de onde passa para a corrente sangüínea e é tão tóxica que se a quantidade contida em um único cigarro, em vez de fumada, fosse injetada diretamente na veia, levaria à morte. O monóxido de carbono liberado por apenas um cigarro inutiliza para a função respiratória: 1,5% das hemácias circulantes. O alcatrão (cancerígeno), atinge todos os órgãos. Nos pulmões forma uma crosta que dificulta a absorção do oxigênio. O álcool quando ingerido, não chega a ser metabolizado no fígado, sendo sua absorção rápida pelo estômago e duodeno. E uma vez no sangue, leva a uma hipóxia histotóxica, ocasionando diminuição da concentração, da memória, incoordenação motora e visual.
Noções Gerais Sobre o Organismo Humano.

CONCEITOS:

BIOLOGIA: É o ramo do conhecimento humano que estuda os seres vivos como um todo.

ANATOMIA: É a parte da biologia que estuda a forma e a estrutura dos seres vivos.

ANATOMIA HUMANA: É a ciência que estuda a forma e a estrutura do corpo humano.

O corpo humano, estrutura física do ser humano, é constituído na sua parte mais íntima pelas Células (hepatócitos, osteócitos), que se reúnem dando origem aos Tecidos, (nervoso, epitelial, conjuntivo); que se diferenciam constituindo os Órgãos (coração, fígado, pulmões); que se organizam formando os Sistemas (ósseo, muscular, circulatório, digestivo, urinário, nervoso, reprodutor (M) e (F), respiratório, endócrino (M) e (F) e linfático); os quais se reúnem em dois ou mais grupos formando os Aparelhos (locomotor, cárdio-respiratório, uro-genital).

O organismo humano ser vivo organizado que é, é dotado de sensibilidade e movimento, o que confere ao homem a qualidade de SER ANIMADO. Em outras palavras, dotado de ANIMA (ALMA, ESPÍRITO).

O corpo humano divide-se em três partes:

CABEÇA, que se subdivide em crânio e face.

TRONCO, que se subdivide em tórax e abdome.

MEMBROS, que se subdivide em dois superiores e dois inferiores.

CABEÇA:

CRANIO: Tipograficamente podemos delimitar o crânio como a região a partir dos supercílios para cima e para trás, e dos pavilhões auriculares para trás. É uma caixa óssea que abriga o cérebro, cerebelo, a protuberância, o bulbo raquidiano, os olhos e os ouvidos médio e interno. A parte principal dele, onde se situa o cérebro, chama-se caixa craniana. Ela é formada pelos ossos frontal, temporais, parietais, occipital, etmóide e esfenóide.

CÉREBRO: É o componente central do sistema nervoso central (SNC) que ocupa a parte superior e anterior da caixa craniana, de onde se originam os 12 pares de nervos cranianos, entre os quais serão objeto de nosso estudo os nervos Olfativo, o Óptico e o Auditivo.

CEREBELO: Localiza-se póstero-inferiormente ao cérebro, e que tem como função a coordenação motora, participando também na manutenção do equilíbrio postural.

BULBO RAQUIDIANO: É o segmento mais inferior do SNC, que em direção descendente dá continuidade à medula espinhal. Nele situam-se importantes centros vitais que controlam a respiração, os batimentos cardíacos e a pressão do sangue.

FACE: É delimitada pelos supercílios para baixo e pelos pavilhões auriculares para frente. Seu esqueleto é formado pelos ossos maxilares, zigomáticos, nasais e mandíbula.

Na face, nos maxilares, assim como nos ossos frontal, etmóide e esfenóide, localizam-se importantes cavidades aéreas, denominadas Seios Paranasais.

Em número de oito, os frontais (2), os maxilares (2), os etmoidais (2) e os esfenoidais (2), servem para aquecer o ar inspirado que vai para os pulmões, para tornar a cabeça mais leve, atuam como caixa de ressonância da voz, e ainda para igualar a pressão do seu interior com a ambiental. Para o nosso estudo, nos interessa os seios frontais e os maxilares, por serem mais amplos, não trabeculados, contendo, portanto, maior volume de ar.

SEIOS PARANASAIS

2. APARELHO AUDITIVO:
O aparelho auditivo é constituído essencialmente por três partes, a saber:

ORELHA EXTERNA: É formada pelo pavilhão auricular (orelha), e pelo conduto auditivo externo. O pavilhão auricular tem a estrutura cartilaginosa do tipo hialina, revestida de pele, e destina-se a captar os sons e ruídos. Continua-se com um canal revestido internamente de pele, dotado de pelos e glândulas que fabricam a cera ou cerúmen, o conduto auditivo externo, que se limita internamente pela membrana do tímpano.

ORELHA MÉDIA: Também chamada de caixa do tímpano, é uma cavidade cheia de ar onde encontramos a membrana do tímpano que a separa da orelha externa. Na orelha média estão localizados três ossículos que se articulam entre si, o martelo, a bigorna e o estribo. Este último, o menor osso do corpo humano. Comunicando a orelha média com o meio externo, encontramos a Trompa de Eustáquio, cuja principal função é igualar a pressão do ar sobre as superfícies da membrana timpânica. A orelha média tem como função a transmissão das ondas sonoras da orelha externa a orelha interna através da sua cadeia de ossículos.

ORELHA INTERNA: A orelha Interna ou labirinto é o órgão responsável pela audição. Localizado no rochedo do osso temporal, um de cada lado do crânio é constituído de uma parte óssea que

contém no seu interior o labirinto membranoso, a parte funcional do aparelho. Este se compõe do sáculo, do utrículo e dos canais semicirculares (superior, lateral e externo). É a parte responsável pelo nosso equilíbrio; e pela cóclea ou caracol, órgão responsável pela audição. Na cóclea situam-se as terminações do nervo auditivo ou acústico. Nela, são processados os sons que lhe são transmitidos através da janela oval, que os envia para o córtex cerebral, onde são identificados. O aparelho visual está intimamente ligado ao sistema vestibular e são os grandes responsáveis pelo equilíbrio do corpo.

3. APARELHO VISUAL: Também localizado na cabeça, o aparelho visual é formado pelo globo ocular e seus anexos. O globo ocular é o receptor externo do aparelho visual. Os olhos são importantes órgãos dos sentidos. Eles recolhem informações sobre o mundo à nossa volta e as enviam ao cérebro, onde elas são processadas para que possamos vê-las como imagens. Somente a íris, a pupila e a córnea são visíveis externamente. Alojado nas cavidades orbitárias, o globo ocular é constituído por três túnicas ou camadas, a saber:

I.Túnica externa, túnica fibrosa formada pela:

a)Conjuntiva bulbar;

b)Córnea, porção mais anterior, menor, mais abaulada e transparente.

c)Esclera, a parte branca do olho, maior, menos abaulada e opaca.

II. Túnica média, camada vascular, a úvea formada pela:

a)Íris, com a abertura central circular da pupila.

b)Corpo ciliar, com o músculo ciliar e os processos ciliares.

c)Coróide é a camada vascularizada do olho.

III. Túnica interna, constituída pela retina.

Faz parte ainda das estruturas do olho, o cristalino, que é uma lente biconvexa que divide o olho em duas câmaras: anterior, onde circula o humor aquoso, e outra posterior onde circula o humor vítreo. Os órgãos anexos do globo ocular são os supercílios, as pálpebras, os cílios, o aparelho lacrimal e os músculos extrínsecos do olho.

3.1 O CORPO CILIAR: - É um conjunto de músculos que inseridos na coróide, une-se aos ligamentos suspensores do cristalino. A ação desses músculos ocasiona o mecanismo da acomodação visual.

3.2 A IRIS: – É a parte colorida dos olhos. Dentro dela, existe um músculo circular chamado esfíncter, cujo movimento controla o diâmetro da pupila. Alterando o diâmetro, a íris regula a quantidade de luz que entra no globo ocular. Ela reduz o diâmetro para evitar o ofuscamento em ambientes muito claros, ou o aumenta para permitir que se enxergue em locais mal iluminados. O ajuste do diâmetro da pupila também ajuda a colocar em foco objetos tanto próximos quanto distantes.

A dilatação da pupila chama-se midríase. Quando ela se contrai chama-se miose. Se apresentam diâmetros iguais, diz-se que são isocóricas. Caso contrário, se mostram diâmetros diferentes, são ditas anisocóricas.

3.3 A RETINA: – É a região fotossensível do olho. É a membrana que reveste o fundo do olho em sua quase totalidade, onde estão localizadas as células denominadas Cones e Bastonetes. Os cones concentram-se na fóvea (que é central), captam os finos detalhes são sensíveis às cores, e atuam com metade da luz da lua em céu limpo e claro. Têm maior função de dia. Os bastonetes são periféricos têm grande sensibilidade à luz, mas não captam cores ou detalhes. Atuam com a luz das estrelas e têm maior função à noite. Desse modo, à noite temos um prejuízo da visão central e função normal da visão periférica. A imagem formada na retina é invertida. Todavia, no córtex cerebral a decodificação nos permite enxergar os objetos em posição normal. O globo ocular é opticamente comparado a uma máquina fotográfica simples, visto que é dotado de um sistema de lentes, o cristalino, a córnea, o humor aquoso e o vítreo; um sistema que se assemelha ao diafragma, à íris; e a retina que corresponde ao filme da máquina onde as imagens são impressas.

4. O TRONCO:
Começando na base do crânio, existe um conjunto de peças ósseas denominadas vértebras, que se sobrepõem, constituindo a Coluna vertebral. Também conhecida como “espinha” do corpo humano, literalmente serve de apoio à cabeça, braços e pernas. Permite-nos ficar de pé, agachar, virar e mexer a cabeça, girar os ombros e quadris. Em número de 33, as vértebras classificam-se de acordo com a região onde estão situadas. Assim temos:

CERVICAIS 7 vértebras

DORSAIS OU TORÁCICAS 12 vértebras

LOMBARES 5 Vértebras

SACRAS 5 Vértebras

COCCIGIANAS 4 Vértebras

Articulando-se com a coluna vertebral destacam-se as costelas, que em número de 12 pares (7 pares ditos verdadeiros, 3 pares ditos falsos e 2 pares ditos flutuantes), vão se articular por diante com um osso ímpar, o Esterno, dando origem à “Caixa Torácica”, no interior da qual se alojam o coração, os pulmões e grandes vasos.

4.1 O PAPEL PROTETOR DA COLUNA VERTEBRAL:
Devido à superposição das vértebras que são dotadas de um canal chamado neural, forma-se um túnel ósseo contínuo, dentro do qual, bem protegida de viradas e traumatismos moderados, fica a delicada medula espinhal. Através dos espaços localizados lateralmente entre as vértebras saem e entram na medula espinhal 32 pares de nervos denominados “nervos raquidianos”. E, situados nos espaços formados entre os corpos vertebrais existe uma estrutura semelhante a um disco, constituído de cartilagem fibrosa na sua periferia, e de um núcleo pulposo central, que serve como coxim amortecedor dos impactos que a coluna recebe, denominado “Disco intervertebral”. Eventualmente, por ação de um brusco movimento da coluna vertebral, esse disco pode sair da sua posição normal, formando a hérnia de disco. Ainda no tronco, dentro da cavidade torácica, encontramos órgãos pertencentes aos Sistemas Respiratório e Circulatório.

5. SISTEMA RESPIRATÓRIO:

O Sistema Respiratório capta do ar o oxigênio e remove do corpo o dióxido de carbono. Ou seja, ele promove a troca gasosa entre os níveis celulares no organismo e o meio ambiente. A respiração compreende três fases distintas, a saber:

5.1 VENTILAÇÃO: É a fase do ar em movimento dentro e fora dos pulmões.

5.2 TROCA GASOAS: Que se processa durante toda a respiração. É a fase na qual o sangue que circula nos capilares alveolares cede o gás carbônico que contém, o qual é eliminado pela respiração. Ao mesmo tempo, o oxigênio que se encontra nos alvéolos é captado pelo sangue. Esse fenômeno denomina-se hematose.

5.3 TRANSPORTE: É a fase na qual o sangue enriquecido de oxigênio retorna ao coração, e daí transportado pelas hemácias a todos os tecidos orgânicos, e remove deles o gás carbônico e outros resíduos indesejáveis.

6. ESTRUTURA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO:

O sistema Respiratório divide-se em duas vias aéreas: a superior e a inferior. Fazem parte das vias aéreas superiores: as fossas nasais, o faringe, e a laringe; e das vias aéreas inferiores a traquéia, os brônquios e os pulmões. No interior dos pulmões os brônquios se ramificam em brônquios secundários, bronquíolos terminais, bronquíolos respiratórios e alvéolos pulmonares.

6.1 FOSSAS NASAIS:

São revestidas por um epitélio do tipo ciliado, onde existem pêlos e uma fina camada de muco, fazendo com que o ar que passa pelo nariz seja aquecido, umedecido e filtrado. A vibração dos cílios em direção à faringe impede que partículas de impurezas maiores de 4 micras penetrem nos pulmões.

6.2 FARINGE:

É uma cavidade localizada na porção posterior da boca e importante passagem onde se cruzam às vias digestivas e respiratórias. Atua também na função da fala como órgão fonador que é.

6.3 LARINGE:

É um órgão constituído pelas cartilagens tireóide e cricóide, onde estão localizadas as cordas vocais, essencial à fonação. É no pequeno espaço triangular existente entre essas duas cartilagens que se faz a punção com a ponta de uma tesoura ou com uma agulha de grosso calibre (n º 16), como uma medida salvadora nos casos emergenciais de asfixia mecânica. É a chamada LARINGOSTOMIA ou TRAQUEOSTOMIA.

6.4 TRAQUÉIA:

É um tubo de 12 cm de comprimento e de 2,5 cm de largura que liga a garganta aos pulmões através dos brônquios. À frente e as laterais da traquéia são envolvidas por 16 a 20 anéis cartilaginosos em forma de “C”, que a mantêm rígida evitando seu colabamento. Assim sendo, ela está aberta o tempo todo para a passagem do ar. Internamente a traquéia é revestida por um epitélio ciliado que, juntamente com o muco aí existente, atua na remoção das impurezas inspiradas.

6.5 PULMÕES:

São órgãos que possibilitam a respiração. Localizados um de cada lado no interior da caixa torácica estão ligados à traquéia por um tubo chamado brônquio. Apresentam uma textura esponjosa e macia que lhe permite distender e relaxar quando respiramos. No seu interior vamos encontrar numerosas dilatações vesiculares semelhantes a cachos de uvas, os alvéolos pulmonares, onde se processam as trocas gasosas.

6.6 MECANISMO DA RESPIRAÇÃO:
Separando a cavidade torácica da abdominal existe um músculo aplanado denominado diafragma. Na inspiração normal os músculos intercostais e o diafragma se contraem aumentando o volume da caixa torácica; os pulmões se expandem e há entrada de ar que está com maior pressão na atmosfera. Desse modo, o ar desce velozmente pela traquéia, brônquios e bronquíolos até aos alvéolos pulmonares. O ar inspirado contém cerca de 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio, 0,03% de gás carbônico, 0,04% de gases raros e 0,5% de vapor d’água, na pressão de 47mm de Hg.

Na expiração normal, o diafragma relaxa e curva-se para cima, acentuando seu formato abaulado. Isso reduz o volume torácico, tornando a pressão no interior da cavidade pleural maior (positiva) que a externa. O ar então comprimido pelos pulmões sai pelo nariz. O ar expirado contém cerca de 16% de oxigênio e 4% de gás carbônico. A troca gasosa que se opera ao nível dos alvéolos pulmonares chama-se hematose. A freqüência respiratória no adulto jovem gira em torno de 16 a vinte (20) movimentos por minuto. Nesse caso, diz-se que estamos diante de uma respiração normal, normopnéia ou eupnéia.

Se há dificuldade respiratória, temos a dispnéia. Se ocorrer um aumento da freqüência respiratória, verifica-se, então, a taquipnéia; se por acaso a freqüência diminui, ocorre a bradipnéia. Quando cessa totalmente a respiração, estamos diante da apnéia.

7. SISTEMA CIRCULATÓRIO:

7.1 CORAÇÃO:
O coração é o órgão central do sistema circulatório. Basicamente é uma bomba muscular oca, que funciona o tempo todo impelindo o sangue através dos grandes vasos que dele partem e aí chegam (artérias e veias), para todo o corpo. Vasos menores, em sua superfície, abastecem-no de nutrientes e oxigênio e removem resíduos, como o gás carbônico. O forte músculo do órgão, chamado músculo cardíaco, contrai e relaxa-se ritmicamente, graças ao automatismo de que é possuidor. Localizado entre os dois pulmões, repousa sobre o diafragma com cerca de 2/3 do seu volume no lado esquerdo do tórax.

Internamente, o coração divide-se em quatro seções ou câmaras. De um lado ficam o átrio e o ventrículo esquerdos. Do outro, o átrio e o ventrículo direitos. As câmaras da direita recebem sangue pobre em oxigênio, as da esquerda, rico em oxigênio.

7.2 A CIRCULAÇÃO DO SANGUE:

O sangue circula no corpo por duas rotas principais: entre o coração e os pulmões, para captar oxigênio – a pequena circulação – e entre o coração e o resto do corpo, para fornecer o oxigênio e nutrientes às células teciduais – a grande circulação. Através de dois grandes vasos, as veias cavas inferior e superior, todo o sangue do organismo, rico em gás carbônico, é levado ao átrio direito do coração. Daí passa para o ventrículo correspondente. Deste, pela contração (sístole cardíaca) o sangue vai até aos pulmões através do tronco arterial pulmonar, (artéria pulmonar D e E), onde, graças ao fenômeno da Hematose, cede gás carbônico e recebe oxigênio. Já oxigenado, o sangue retorna ao coração pelas quatro veias pulmonares D e E, que se abrem no átrio esquerdo. Dessa câmara, o sangue passa para o ventrículo do mesmo lado, sendo em seguida impulsionado novamente pela sístole cardíaca através da artéria aorta para todo o organismo.

7.3 COMPOSIÇÃO DO SANGUE:

O sangue é um tecido resultante de uma combinação de elementos sólidos flutuando num líquido. Os elementos sólidos são as células sangüíneas, ou glóbulos, (vermelhos e brancos) e as plaquetas, que constituem até 45% do volume total do sangue.

Os glóbulos vermelhos ou hemácias apresentam uma forma discóide, e são ricos em um pigmento (proteína) denominada hemoglobina que encerra um alto teor de ferro e apresenta uma grande capacidade de combinar-se com o oxigênio formado a oxihemoglobina e mais ainda com dióxido de carbono (gás carbônico), formado a carboxihemoglobina ou carbaminohemoglobina. Em número de 5.000.000/ mm 3 de sangue, as hemácias conferem a cor vermelha do sangue e têm como função o transporte do oxigênio para todas as células do organismo e a remoção do dióxido de carbono resultante do trabalho das células.

Os glóbulos brancos ou leucócitos, em número de 5.000/mm3 de sangue, têm como função promover a defesa do organismo contra a invasão de corpos estranhos e microorganismos causadores de doenças. Eles possuem a capacidade de envolver e digerir esses agentes, ocasionando a destruição dos mesmos. Essa propriedade recebe o nome de Fagocitose. Ainda através dos Linfócitos T, os glóbulos brancos exercem importante papel no nosso sistema de defesa imunológica, produzindo anticorpos contra as diferentes doenças infectocontagiosas que nos acometem.

As plaquetas ou trombócios são fragmentos celulares que em número de 300.000/mm3 de sangue têm como função atuar da coagulação sangüínea.

As células vermelhas, os leucócitos polinucleares e as plaquetas são produzidos na medula vermelha dos ossos do crânio, coluna vertebral, bacia, esterno, costelas e na cabeça dos ossos longos. Os linfócitos têm sua origem nos gânglios linfáticos e no baço. Uma hemácia tem uma vida média em torno de 120 dias, e quando envelhecidas são destruídas pelo baço.

7.4 O PLASMA SANGUÍNEO:
É a porção líquida do sangue e constitui 55% do seu volume. De coloração ligeiramente amarelada, é formado por aproximadamente 90% de água e 10% de substâncias sólidas nele dissolvidas (proteínas, sais minerais, glicose, gorduras).

O volume de líquido circulante no organismo é algo em torno de 5.000 ml, estando aí incluindo todos os líquidos presentes no nosso organismo. A esse volume líquido chama-se VOLEMIA. Quando por qualquer motivo esse volume diminui, (hemorragias, desidratação intensa etc...), diz-se que há uma HIPOVOLEMIA.

Abaixo do diafragma, encontra-se a Cavidade Abdominal, onde se encontram parte dos órgãos pertencentes ao sistema digestivo e a totalidade dos órgãos que compõem os sistemas: Urinário e o Reprodutor feminino e masculino.

8. SISTEMA DIGESTIVO:
O Sistema Digestivo compreende um tubo disposto ao longo do corpo e órgãos anexos conhecidos como glândulas salivares, fígado, vesícula biliar e o pâncreas. Esse sistema decompõe o alimento em substâncias mais simples num processo chamado Digestão. Com isso, o organismo pode absorver essas substâncias e usá-las como fonte de energia e para a manutenção do corpo.

O Sistema Digestivo é formado pelos seguintes órgãos: Boca, Faringe, Esôfago, Estômago, Intestinos e Canal retal.

8.1 BOCA:

A boca, ou cavidade oral é a primeira porção do tubo digestivo. Dentro dela ficam a língua, os dentes, as gengivas, as tonsilas, a úvula e as aberturas das glândulas salivares. Na parte externa situam-se os lábios, estruturas que ajudam a colocar o alimento na boca e impedem que ele escape enquanto se está mastigando.

8.2 FARINGE:
A faringe ou garganta é uma região em forma de funil no fundo da boca. Ele liga a boca e a cavidade nasal à laringe na frente e ao esôfago atrás. É importante região onde se cruzam as vias digestiva e respiratória. É revestida por um muco que a lubrifica para a passagem do alimento, além de reter partículas de impurezas do ar.

8.3 ESÔFAGO:
O esôfago é uma passagem para o alimento que se desloca da faringe ao estômago. Trata-se de um tubo de cerca de 25 cm achatado quando vazio, mas que se abre quando recebe o bolo alimentar. Constituído de musculatura lisa, leva o bolo alimentar ao estômago através de seus movimentos peristálticos. Na sua extremidade inferior é dotado de um esfíncter, o cárdia, que impede o refluxo dos alimentos do estômago para o esôfago.

8.4 ESTÔMAGO:
O estômago, porção mais larga do sistema digestivo, é uma bolsa muscular em forma de “J”, que se dilata para armazenar o alimento deglutido. Ele comprime o alimento e o mistura a ácidos e sucos digestivos produzidos em sua parede interna. Dessa forma, reduz o bolo alimentar a um líquido (Quimo), que segue para o intestino delgado.

8.5 INTESTINOS:
De ponta a ponta, os intestinos têm cerca de 7,5m. A primeira parte deles, o intestino delgado, é um tubo enrolado dentro do abdome e a principal área de digestão e absorção dos alimentos. A segunda parte, o intestino grosso ou colo, situa-se em volta do delgado, e também acima dele. Sua função básica é absorver água e sais e expelir resíduos.

8.6 AMPOLA RETAL:
Localizada na porção final do intestino grosso, é uma dilatação onde fica armazenado o produto final da digestão, as fezes, a fim de serem eliminadas no ato da defecação.

8.7 GLÂNDULAS SALIVARES:
São encarregadas de produzir a saliva, um fluído que contém substâncias digestivas chamadas enzimas. As glândulas salivares distribuem-se em pares, em três pontos: diante de cada ouvido (Parótidas), sob a língua (Sublinguais) e sob a mandíbula (Submandibulares). Um litro de saliva é produzido diariamente e chega à boca através dos dutos salivares, onde iniciam o processo da digestão, além de limpar os dentes e lubrificar a boca permitindo a deglutição.
8.8 FÍGADO:
Maior glândula do corpo humano chegando a pesar 2 Kg, o fígado exerce várias funções vitais para o organismo. Situado no abdome superior, abaixo do diafragma, ele divide-se em duas porções: os lobos direito e esquerdo, este bem menor que o outro. Cada lobo é constituído de diminutas porções, os lóbulos hepáticos. Além de produzir a bile, o fígado armazena glicose jogando-a no sangue na medida das necessidades; produz proteínas do sangue, torna inativas substâncias tóxicas, destrói glóbulos vermelhos velhos, etc... A cada dois minutos, todo o sangue do corpo flui pelos lóbulos hepáticos, onde sofre importantes transformações. Anexo ao fígado está a Vesícula Biliar, pequena bolsa muscular destinada a armazenar e concentrar a bile produzida pelo órgão, que a cada dia produz cerca de 1 litro de bile.

8.9 PÂNCREAS:
O Pâncreas é uma glândula de cerca de 15 cm de comprimento situado no abdome superior, bem atrás do estômago. É uma glândula endócrina mista, na qual a maioria das células do órgão produz substâncias chamadas enzimas, que fluem pelo duto pancreático até o duodeno, onde ajudam na decomposição dos alimentos. Outras células do órgão fabricam o glucagon e a insulina, hormônios responsáveis pelo controle dos níveis de açúcar no sangue. O glucagon atua no fígado para aumentar aqueles níveis. Já a insulina reduz os níveis de açúcar na circulação.

COMO SE PROCESSA A DIGESTÃO:
Na boca os dentes mastigam o alimento, reduzindo-o a pequenos pedaços que são envolvidos pela saliva com suas enzimas e transformados em um bolo úmido. A língua impele esse bolo para a garganta, de onde ele passa para o esôfago, e daí chega ao estômago. No estômago o bolo alimentar é esmagado e misturado às enzimas do suco gástrico e convertido num líquido cremoso chamado Quimo. O alimento permanece no estômago cerca de três horas, passando em seguida ao intestino delgado, onde, pela ação das enzimas digestivas oriundas do pâncreas, e da bile que vão constituir o suco entérico, se completa o processo da digestão, sendo o alimento decomposto em substâncias mais simples, que em seguida são absorvidas pelo corpo através do revestimento interno do órgão, as vilosidades intestinais. Ato contínuo, o intestino grosso recebe do delgado o alimento que não pode ser digerido e, portanto, não pode ser usado para a nutrição. Durante um período de 12 a 36 horas, água e sais minerais são absorvidos desses resíduos, que se ressecam e se transformam em fezes, que depois serão eliminadas do corpo pelo ânus.

9. SISTEMA URINÁRIO:
O Sistema urinário compreende os rins, ureteres, bexiga e a uretra. Sua principal função é manter um equilíbrio constante de fluídos no organismo por meio da produção de urina. Além disso, ele elimina do corpo alguns produtos residuais e controla os níveis de sais e ácidos do organismo.

9.1 RINS:
Os rins constituem a parte mais importante do sistema urinário. Em número de dois, estão localizados na porção retroperitonial do abdome. Sua forma lembra um feijão e têm cerca de 12 cm de comprimento por 5 cm de largura e 2,5 cm de espessura, apresentando uma coloração marrom-avermelhada. Os rins são responsáveis pela remoção do sangue do excesso de água, sais e substâncias tóxicas, como a uréia. Dentro de cada rim, o sangue é filtrado e as substâncias indesejadas formam um fluído, chamado urina, que desce por um canal muscular, o ureter até a bexiga onde é armazenada.

9.2 URETERES:
Cada um dos rins possui um ureter, fino tubo muscular por onde a urina segue Até a bexiga. Constituídos de duas camadas musculares concêntricas, suas contrações impulsionam a urina rumo à bexiga. Quando esta se enche os ureteres ficam fechados, impedindo o refluxo da urina para os rins.

9.3 BEXIGA:
Localizada no abdome inferior, é uma bolsa constituída de musculatura lisa, que se expande para armazenar a urina. Na sua parte póstero-inferior, chegam os ureteres que trazem a urina dos rins. Na base da bexiga situa-se a uretra, um canal muscular de paredes finas, através da qual a urina é expelida.

9.4 URETRA:
É um canal muscular que no homem atravessa todo o corpo esponjoso do pênis, através do qual a urina e o sêmem são expelidos para fora do corpo.

10. SISTEMA REPRODUTOR FEMININO:
A vida humana começa no Sistema Reprodutor Feminino. Ali um óvulo é produzido, fecundado, transforma-se em ovo, e mantido em desenvolvimento por nove meses até que esteja pronto para sustentar-se por si próprio, como um bebê. Os órgãos reprodutores da mulher funcionam apenas entre a puberdade e a meia idade. O Sistema Reprodutor Feminino é constituído pelos ovários, tubas uterinas, útero e vagina.

10.1 OVÁRIOS:
Em número de dois, um de cada lado do útero, são os órgãos encarregados de produzir as células reprodutoras femininas. Cada ovário produz um óvulo maduro por mês, liberado por uma pequena bolsa, o folículo ovariano. Além disso, os ovários segregam hormônios responsáveis, entre outras funções, pela maturação dos óvulos e pelas características sexuais femininas.

10.2 TUBAS UTERINAS:
São dois tubos musculares que ligam os ovários ao útero. O revestimento interno das tubas é formado por dois tipos principais de células. As semelhantes a pêlos impelem o ovo em direção ao útero, numa viagem que dura cerca de 4 a 5 dias. As outras produzem um muco que mantém úmida a passagem e fornecem nutrientes ao ovo.

10.3 ÚTERO:
É um órgão muscular feminino em forma de pêra, com cerca de 7,5 cm de comprimento e 5 cm de largura (na mulher não grávida), localizado no centro da pelve, atrás da bexiga e à frente do intestino grosso. É o receptáculo para o ovo que dará origem ao embrião e futuro bebê.

10.4 VAGINA:
É um canal muscular de cerca de 9 cm de comprimento que liga o útero ao exterior do corpo feminino. Ela recebe o pênis do homem durante o ato sexual e constitui também o canal do parto pelo qual o bebê vem ao mundo.

O CICLO MENSTRUAL:
É um processo que ocorre a cada 28 dias na mulher. Começa quando um óvulo não fecundado e o revestimento interno do útero (endométrio) saem pela vagina, durante o chamado período menstrual. Ao mesmo tempo, um novo óvulo começa a amadurecer no ovário e o revestimento do útero vai se espessando para recebê-lo. O óvulo é então liberado na tuba uterina. Se não ocorrer a fecundação, o revestimento do útero se decompõe e começa um novo ciclo menstrual.

PUBERDADE:
É a fase da vida que a criança evolui para o estado adulto. Em geral, começa por volta dos 10 ou 11 anos e termina pelos 16, embora isso varie entre meninos e meninas. Nesta fase, certos hormônios provocam importantes mudanças físicas, tais como, na menina desenvolvimento dos seios, dos pelos pubianos, deposição de gordura nos quadris e menstruação. No menino pelos na face, mudança na voz, desenvolvimento muscular, dos pelos pubianos e funcionamento dos testículos. Também costumam ocorrer mudanças de atitude e a criança vai se ajustando ao futuro papel de adulto.

11. SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO:
O objetivo do Sistema Reprodutor Masculino é produzir e liberar espermatozóides para fecundar um óvulo feminino. Todos os órgãos do sistema estão presentes no menino desde pequeno. Porém, a produção só começa a partir da puberdade.

O sistema é formado pelos testículos, epidídimo, canais deferentes, vesículas seminais, próstata e pênis.

11.1 TESTÍCULOS:
São órgãos masculinos pares, externamente localizados no interior da bolsa escrotal. São formados por um “novelo” de numerosos condutos seminíferos, onde se formam as células reprodutoras (espermatozóides) e o hormônio sexual chamado testosterona. Este, responsável pelo desenvolvimento sexual masculino e regula o apetite sexual.

11.2 EPIDÍDIMO:
É um corpo alongado e vermiforme, situado na parte superior de cada testículo e formado pelos condutos seminíferos oriundos dos testículos. Deste sai o conduto deferente, que dá passagem ao espermatozóide até as vesículas seminais.

11.3 CANAIS DEFERENTES:
Em número de dois, são delgados tubos que têm a finalidade de armazenar e transportar os espermatozóides do epidídimo até a uretra prostática, para serem eliminados por ocasião da ejaculação.

11.4 VESÍCULAS SEMINAIS:
São duas glândulas masculinas situadas abaixo da bexiga. Elas segregam um fluído espesso que se mistura com os espermatozóides

formando o sêmem, o qual ajuda a neutralizar parte da acidez da vagina, em o que o espermatozóide não sobreviveria.

11.5 PRÓSTATA:
É uma glândula exclusiva do homem, situada no colo da bexiga, circundando a uretra. A próstata segrega um líquido leitoso e pouco denso, cujo volume aumenta durante o coito, denominado líquido prostático. Este se une ao líquido seminal no momento da ejaculação, atuando como nutriente para os espermatozóides, assim também como lubrificante para facilitar cópula.

11.6 PÊNIS:
É o órgão sexual masculino. Fixado à parte frontal da pélvis, ele é suspenso no exterior do corpo. É constituído anatomicamente pelos corpos cavernosos e pelo corpo esponjoso, através do qual caminha a uretra, por onde é eliminada a urina. Quando excitado entra em ereção atuando não só como órgão de cópula, como para dar passagem ao sêmen durante a ejaculação.

FECUNDAÇÃO:
Durante a relação sexual, milhões de espermatozóides maduros deslocam-se por uma rede de tubos até a extremidade do pênis. Daí são lançados no canal vaginal durante a ejaculação. A fecundação ocorre quando um dos espermatozóides encontra-se com um óvulo feminino, que a partir daí passa a chamar-se ovo ou zigoto.

12. MEMBROS:
Destacando-se do tronco, temos dois pares de apêndices, os membros superiores e os inferiores.

12.1 MEMBROS SUPERIORES:

12.1.1 CINTURA ESCAPULAR:
Compreendendo as omoplatas, as cabeças dos úmeros correspondentes e as clavículas, que se articulam na frente com o esterno.

12.1.2 BRAÇO:
Cuja estrutura óssea é formada por um único osso, o úmero.

12.1.3 ANTEBRAÇO:
Formado por dois ossos, o rádio e a ulna.

12.1.4 MÃO:
Dividida em carpo (com 8 ossos dispostos em duas fileiras), metacarpo (com 5 ossos) e dedos ou quirodáctilos, subdivididos em falanges, falanginhas e falangetas (com 14 ossos).

13. MEMBROS INFERIORES:

13.1 CINTURA PÉLVICA:
Formada pelos ossos da pelve, as cabeças dos fêmures e a coluna sacro-coccigiana, com a qual se articulam.

13.1.1 COXA:
Cujo esqueleto é formado por um único osso, o fêmur, que é maior osso do corpo humano.

13.1.2 PERNA:
Cuja estrutura óssea é representada pela tíbia e fíbula.

13.1.3 PÉ:
Subdividido em tarso ou tornozelo (formado por 7 ossos), metatarso (formado por 5 ossos), e dedos ou padodáctilos, subdivididos em falange, falanginha e falangetas (com 14 ossos).

Movimentando os diferentes segmentos e componentes do organismo, existem os músculos, que de acordo com sua natureza, temos: músculos esqueléticos ou voluntários, os quais, presos aos ossos que constituem o esqueleto, (bíceps, tríceps) movimentam-se de acordo com a nossa vontade. Músculos lisos ou involuntários, que constituem a maior parte dos nossos órgãos internos (estômago, intestinos, útero) e funcionam independentemente da nossa vontade. E o músculo cardíaco, que embora seja estriado, tem seu automatismo próprio. Um músculo apresenta na sua constituição: células (fibras musculares), tecido conjuntivo, vasos sangüíneos e fibras nervosas. Finalmente, revestindo o corpo humano existe um tegumento, a pele.

14. PELE:
A pele é a camada externa de proteção do corpo. Pesa cerca de 4Kg e recobre todo o corpo, numa área total de aproximadamente 2m2. Sua espessura varia de acordo com as diferentes regiões do corpo. Nas pálpebras ela é mais fina que no dorso.

A pele divide-se em: Epiderme e Derme. Modernamente a hipoderme passou a chamar-se Tela subcutânea. A pele apresenta inúmeras e importantes funções. A mais importante é a de atuar como uma barreira entre os meios interno e externo. Além disso, ela desempenha um importante papel na regulação da temperatura corporal, excreção, secreção, síntese da vitamina D, sensibilidade (térmica, táctil e dolorosa) e aparência. A pele atua regulando a temperatura corporal através da conservação do calor do corpo em um ambiente muito frio. Através do suor, ela pode baixar a temperatura corporal nos ambientes muito quentes. As glândulas sudoríparas são inervadas pelo sistema nervoso simpático e parassimpático. A pele atua ainda na proteção do organismo contra estímulos lesivos que podem ser físicos, químicos, elétricos, térmicos ou biológicos.

Quando íntegra, a pele bloqueia organismos patogênicos, não permitindo sua entrada no corpo, e, ao mesmo tempo, evita a perda excessiva de água, eletrólitos e proteínas para o meio externo.

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

O controle das doenças transmissíveis é dentre os programas de saúde do Governo o que deverá ter maior prioridade. Inúmeras são as atividades requeridas para que seus objetivos e metas sejam cumpridos tais como:

-Vacinação.

-Saneamento básico.

-Melhoria da Habitação.

-Educação para a saúde e Investigação epidemiológica.

-Controle de doentes e comunicantes.

A notificação de doenças, um dos elementos fundamentais no controle das doenças transmissíveis e contribui de dois modos distintos, a saber:

A)Possibilita a descoberta de novos casos de doenças e o desencadeamento da investigação e das ações de controle dos comunicantes e do meio ambiente.

B)Permite graças às informações decorrentes das notificações e investigações a análise do comportamento epidemiológico das doenças, a avaliação dos programas elaborados e a fixação de novas metas e prioridades.

Assim sendo, podemos conceituar Vigilância Epidemiológica como sendo o alerta permanente e responsável em relação à ocorrência e distribuição das doenças e dos fatores ou condições que propiciem o aumento do risco de transmissão ou da gravidade das doenças.

São, portanto, de notificação compulsória às autoridades sanitárias os casos suspeitos ou confirmados de:

1)Doenças que podem implicar em medidas de isolamento ou quarenta de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional;

2)Doenças constantes de relação elaborada pelo Ministério da Saúde para cada Unidade de Federação, a ser atualizada periodicamente.

As doenças abaixo relacionadas são objeto de notificação compulsória em todo o território nacional, bem como de investigação epidemiológica.

Febre amarela; Varíola

Cólera; Poliomielite

Tuberculose; Raiva humana

Tétano; Dengue

Doença meningocócica e outras meningites; Leptospirose

Febre tifóide; Peste

Leishmaniose (visceral e cutâneo-mucosa);

Encefalite por arbovírus;

Esquistossomose;

Malária;

Doença de Chagas;

Sífilis;

Gonorréia e AIDS.

ENFERMIDADES

As doenças que acometem o homem podem ser classificadas de diversas maneiras, tais como: agudas e crônicas, psicossomáticas e infecto-contagiosas.

Em nosso estudo, daremos um enfoque especial às Infecto-contagiosas. Essas doenças podem, por serem transmissíveis, contagiar pessoas que entrem em contato com portadores. Para que isso não ocorra, existe a necessidade de conhecimento e conduta apropriados para o convívio no dia-a-dia. Elas podem ser classificadas como:

Endêmicas: Quando sua presença é contínua dentro de uma zona geográfica determinada;

Epidêmicas: Quando há uma eclosão e o número de casos que surgem na comunidade excede o da incidência normal esperada.

Pandêmicas: Quando quase toda a população é atingida.

1. ALGUNS TIPOS DE DOENÇAS:

1.1 MALÁRIA:
É uma doença aguda causada por uma das espécies de protozoários do gênero Plasmodium. Seu período de incubação é, em média, de 12 dias. No Brasil, ocorre malária por Plasmodium falcíparum, causador da Terçã maligna e Plasmodium vivax, causador da Terçã benigna. Raramente pelo Plasmodium malarie. A transmissão ocorre através da picada de mosquitos do gênero Anopheles (fig 1). Para que a doença se propague, há necessidade que o ciclo Homem doente-Anofelino-Homem são, se complete. Raramente a transmissão ocorre por transfusões de sangue e excepcionalmente pela via congênita. A morbidade é elevada em regiões com vegetação exuberante e clima quente e úmido. No Brasil, a malária é endêmica na Região Amazônica e Centro-Oeste. Em São Paulo verificou-se casos isolados de malária no Vale do Ribeira e em pontos da fronteira com o Mato Grosso (Pantanal Mato-grossense). O paciente apresenta febre alta e intermitente acompanhada de intenso calafrio, que o acomete a cada 24, 36 ou 48 horas. Na forma maligna os sintomas são bem mais intensos, podendo a febre chegar até 41°C. As complicações mais freqüentes são: insuficiência renal aguda, choque, encefalite; coma malárico e edema agudo dos pulmões seguido de morte. O encontro do parasita no sangue do paciente dá diagnóstico da doença. Na Terçã benigna a evolução é favorável. Pode se tornar crônica em 20 % dos casos em que o diagnóstico não é feito precocemente ou o tratamento é mal orientado, não combatendo as formas teciduais. Na terçã maligna, a evolução é menos favorável e depende da presteza com que a doença for diagnosticada, o tratamento for estabelecido de imediato e não ocorreram complicações. O tratamento é feito com o emprego de antimaláricos, objetivando sempre combater as formas periféricas e teciduais.

1.2 FEBRE AMARELA:
É uma doença aguda de início abrupto, caracterizado por febre alta com calafrios, perda de albumina pela urina (albuminúria), e vômitos hemorrágicos. Esses três sintomas caracterizam clinicamente a doença, que é produzida por um vírus.

A Febre Amarela pode ser encontrada no Brasil nos Estados do AM, PA, AC, RO, AP e MT, considerada uma doença endêmica. Com um período de incubação de 3 a 6 dias, fase em que já se encontra o vírus no sangue do enfermo, sua transmissão ocorre pela picada de um mosquito, o Aaedes aegypti. Ao picar uma pessoa infectada o mosquito ingere o vírus. No seu organismo o vírus leva cerca de 12 dias até se desenvolver e atingir as probóscide do inseto, isto é, a parte do organismo com a qual pica a vítima. Ao faze-lo, ele injeta o vírus da Febre Amarela e se a pessoa estiver susceptível, contrairá a doença. em vasilhas expostas ao tempo, em xaxins, em pratos com água, etc... É um pernilongo de hábitos diurno e domiciliar.

Como sintomas e sinais os enfermos queixam-se de dor de cabeça intensa e fortes dores nas costas. Apresentam febre alta com pulso lento, o que, em medicina, se chama “Sinal de Faget” e icterícia, isto é, a coloração amarelada da pele e das mucosas, fato que confere o nome à doença. Essa icterícia se deve à destruição das células do fígado e a passagem para a corrente sangüínea de grande quantidade de bilirrubina. Surgem também vômitos de sangue escuro (hematêmese), e consequentemente, evacuações de sangue também escuro (melena). Podem surgir pontos hemorrágicos na pele, as petéquias, e sangramento pelas gengivas. Segue-se hipotensão, delírio, choque, convulsões e coma. É uma doença que deixa o paciente muito prostrado, podendo levá-lo ao óbito em duas semanas. Os doentes que conseguem sobreviver ficam imunes para toda vida. A mortalidade é alta, em virtude de não haver tratamento específico. Faz-se o tratamento sintomático com analgésicos, antitérmicos, hidratação e com todos os cuidados de enfermagem.

1.3 DOENÇA DE CHAGAS:
É uma doença sistêmica, infecciosa, endêmica, causada por um protozoário, o Trypanosoma cruzi. Intensamente disseminada nos Estados de GO, MG, BA, SP, PR, RS, CE, PE e PB, a doença se apresenta de forma endêmica. Mais conhecida como Doença de Chagas, a Tripanossomíase americana ou Tripanossomíase cruzi é uma doença transmitida por insetos que durante o dia vivem escondidos nas frestas das casas de taipa na zona rural, conhecidos como Barbeiros ou Chupança. À noite eles saem do esconderijo e picam as pessoas adormecidas, geralmente nas pálpebras e na região da barba. Decorrido o período de incubação que é de 5 a 14 dias, o enfermo apresenta febre, mal-estar, astenia, falta de apetite, dor de cabeça. Podem ocorrer adenomegalia, hepatoesplenomegalia e edema. É a fase aguda da doença. No entanto, o maior problema da Doença de Chagas é a sua fase crônica, quando o Trypanosoma cruzi se assesta no coração, esôfago e intestino grosso, causando aumento de volume desses órgãos.

A profilaxia da Doença de Chagas consiste na educação sanitária, melhoria da situação sócio-econômica da população e no combate ao Triatomídeo. Quanto ao tratamento, ainda não existe uma forma definitiva de combate específico da doença. No comércio, encontramos disponíveis os medicamentos Nifortimox e Benzonidazol, ambos com sérios efeitos colaterais.

1.4 CÓLERA:
É uma doença aguda de início súbito, causada por um bacilo, o Vibrião Colérico, encontrado nas fezes. Originária da Índia, a doença expandiu-se para o mundo todo. Uma das últimas pandemias de Cólera ocorreu no Egito, em 1947, quando 10.265 pessoas morreram em apenas dois meses. Deduz-se que a Cólera coexista com populações de situação sócio-econômica precária, como doença endêmica. O período de incubação é de 1 a 3 dias e os sintomas iniciam com o surgimento abrupto de diarréia líquida, em grande quantidade, branco-acinzentada, lembrando água de arroz e contendo pedaços de muco. Não há cólicas abdominais, nem controle do esfíncter anal. Surgem também vômitos profusos. Essa fase é chamada de período de

evacuação e dura de 2 a 12 horas. Em seguida, em virtude da intensa desidratação, a pele se torna frouxa, os olhos encovados e o paciente apresenta um ar patético e grande ansiedade. Como é grande a perda de eletrólitos, o enfermo passa a ter câimbras intensas. O paciente não perde a consciência, mas seu estado de prostração e astenia é muito grande. Chama-se a essa fase período de colapso. Se o paciente sobrevive a esse estágio dramático da doença, em quatro a cinco dias entra na fase de convalescença. É o chamado período de reação.
Para prevenir-se de contaminações, recomenda-se que a pessoa faça o tratamento da água que vai ingerir, seja pela ebulição ou com tabletes de cloro ou de iodo. Não se devem ingerir alimentos crus; ferver o leite ou usar o pasteurizado; selecionar os lugares de estada isentos de moscas e onde os alimentos sejam manipulados por pessoas sadias.

Existe vacinação contra cólera. Todavia, a Organização Mundial de Saúde constatou que somente 50 % das pessoas vacinadas adquiriam imunidade, fato que levou a dispensa da vacinação, visto que havia o período de algumas pessoas, acreditando estarem imunizadas, se descuidassem das medidas preventivas, chegando a contrair a doença. A cólera é facilmente tratada com o emprego de antibióticos.

1.5 ESQUITOSSOMOSE MANSONICA (Verminose Intestinal):
É uma enfermidade causada por um verme trematódeo do gênero Schistosoma Mansoni. No Brasil, a doença existe como forma endêmica nas Regiões Nordeste e Centro-Oeste. O seu período de incubação gira em torno de 4 a 6 semanas e vai desde a penetração das cercarias pela pele até a postura dos ovos pelas fêmeas adultas, que juntamente com os machos vivem acasalados nas veias do intestino do hospedeiro. Esses ovos atravessam a parede dos intestinos e são eliminados com as fezes. Se caírem n’água liberam os embriões chamados miracídios, que penetram num caramujo do gênero Planorbis, eventualmente existentes na região. No caramujo o miracídio evolui até chegar à fase de cercarias, as quais abandonam o caramujo e ficam livres na água. Se uma pessoa entra em contato com essa água, as cercarias penetram ativamente através da pele, caem na corrente sangüínea, passam pelos pulmões e depois ficam
no fígado até se transformarem em vermes adultos. Nessa fase, vão para as veias do intestino e aí recomeça o seu ciclo. Na fase aguda da doença o paciente pode apresentar infecção das vias aéreas superiores, bronquite asmatiforme, prurido e urticária. Pode ocorrer diarréia, febre, desidratação leve, e aumento doloroso do fígado e baço. Anos depois surgem os sintomas mais graves. Aí não há febre, o fígado se torna fibrosado, há aumento do baço, formação de varizes no esôfago, hipertensão ou hemorragia digestiva maciça causada por ruptura das varizes do esôfago.

A profilaxia da doença consiste no combate ao caramujo, seja através do uso de inseticida lançado nas lagoas (método químico), ou pela presença de um outro caramujo do gênero pomacéa, que tem a capacidade de comer não só os ovos, como os embriões do planorbis, (método biológico), destruindo-os. A fase aguda da doença pode ser tratada com esquitossomicidas, acompanhado do tratamento sintomático.

1.6 FEBRE TIFÓIDE E PARATIFÓIDE:
É uma doença febril aguda transmissível e com grave comprometimento sistêmico causada por um bacilo, a Salmonella typhi. Sua incidência é grande nas áreas carentes de saneamento básico e é transmitida somente ao ser humano através do ciclo anal-fecal-oral, por água e alimentos contaminados com excreções humanas, doentes agudos e portadores sãos. Estes são pessoas que albergam nos seu organismo, a Salmonella typhi, porém não apresentam os sintomas da doença, e, portanto, capazes de transmiti-la a outras pessoas.

Os sintomas iniciais são perda de apetite, prostração, dor de cabeça intensa e contínua, desconforto abdominal e náuseas. Nos casos graves há confusão mental, delírio e coma. É muito comum diarréia sanguinolenta e a morte geralmente ocorre por perfuração intestinal e hemorragias.

O diagnóstico da doença pode ser facilmente realizado através da cultura de sangue, das fezes, ou por uma reação feita no soro do doente, denominada Reação de Vidal. É uma doença de notificação compulsória e o enfermo deve ficar em hospital de isolamento. O cloranfenicol é o antibiótico de eleição no combate da Salmonella Typhi.

1.7 FEBRE PARATIFÓIDE:
Esta é muito mais freqüente que a Febre Tifóide. Seus sintomas são mais brandos e é causada pela Salmonella paratyphi. O tratamento também é feito com o emprego do Cloranfenicol.

1.8 GONORRÉIA OU BLENORRAGIA:
É uma doença adquirida através do contágio sexual, causada por uma bactéria, o diplococo, denominada Neisseria Gonorrheae.
Após um período de incubação de 2 a 5 dias, a doença se manifesta subitamente causando no homem desconforto uretral seguido freqüentemente de ardor e dor à micção e a eliminação de secreção purulenta pelo meato uretral. É a uretrite anterior aguda que pode ascender e atingir a uretra posterior, próstata, vesículas seminais e o epidídimo. Na mulher pode causar uretrite e cervites assintomáticas em cerca de 80 % dos casos. Algumas vezes ocorre secreção vaginal. A doença pode causar esterilidade, principalmente na mulher bem como atrite, faringite e até endocardite e meningite. No recém-nascido pode causar cegueira. A doença é facilmente diagnosticada através da pesquisa dos gonococos em esfregaço da secreção purulenta. Seu tratamento é feito à base de Penicilina procainada na dosagem de 2.400.000 UI em cada nádega, precedida de um grama de Probenecid por via oral uma hora antes. Para os sensíveis à Penicilina, pode-se apelar para a Tetraciclina ou Ampicilina.

1.9 SÍFILIS ADQUIRIDA (LUES) – Venérea:
A Sífilis ou Lues é uma doença infecciosa adquirida pelo contato direto com lesão infectada, causada por um espiroqueta, o Treponema pallidum. Trata-se de uma doença perigosa visto que os espiroquetas atravessam as mucosas íntegras ou a apele lesada e caem diretamente na corrente sanguínea que as levam imediatamente a todo o organismo. O período de incubação da doença vai de 10 a 90 dias. Geralmente os sintomas iniciais surgem por volta do 21° dia. Classicamente podemos dividir a Sífilis em três estágios diferentes, a saber: Sífilis Primária ou recente é o cancro duro que surge em média 5 a 10 dias após o contato sexual. Trata-se de uma pequena úlcera com base endurecida, fundo liso e avermelhado e sem pus. É indolor atingindo o homem no sulco balanoprepucial, e a mulher nos grandes lábios e no colo uterino. Pode fechar-se espontaneamente, sem deixar cicatriz. Às vezes, acompanha-se de adenite (íngua) pouco volumosa e indolor. Sífilis Secundária, caracterizada por uma erupção cutânea localizada ou generalizada, as roséolas sifilíticas; pequenas manchas avermelhadas e altamente contagiosas, que depois se infiltram passando à forma de sifílides papulosas, acompanhadas da queda de cabelo em forma de clareiras, placas na mucosa da boca, altamente contagiosas pelo beijo ou felação. Sífilis Terciária, que aparece muitos anos após terem desaparecidos os sintomas e sinais da fase secundária. Nesta fase a doença atinge órgãos nobres como a medula espinhal, o cérebro, o coração, o sistema músculo-esquelético, ocasionando dores intensas, demência paralítica, aortite sifilítica, estenose coronariana, perfuração do palato mole, destruição do septo nasal, e etc...

A doença é facilmente diagnosticada com a pesquisa do Treponema pallidum em material colhido das lesões, ou exames sorológicos (VDRL). E o tratamento é feito com Penicilina benzatina 2.400.000 UI, duas doses de 7 em 7 dias.

1.10 HERPES SIMPLES:
É uma doença causada por um vírus, o Herpevirus hominis tipo 2. Trata-se de uma dermatose vesiculosa que de uma forma geral, dissemina-se através do contato sexual com um parceiro que na ocasião está com herpes genital ou pelo contato orogenital com uma pessoa portadora de herpes labial em atividade.

Com um período de incubação que vai de 2 a 20 dias, inicialmente surge um ardor tipo queimação, prurido (coceira) ou inchaço no ponto do órgão genital atingido. Depois aparecem micro vesículas que logo se rompem, formando uma única úlcera bastante dolorosa, apresentando secreção branco-acinzentada, que tendem à cicatrização, sem deixar vestígios. É comum a recidiva do processo e quase sempre nos mesmos locais. A doença é altamente contagiosa, mesmo que o paciente não apresente úlceras e persiste por toda a vida. A infecção neonatal parece ocorrer quando a mãe está com vesículas ou eliminando o vírus no momento do parto. Evidentemente que com manobras obstétricas adequadas o risco de infecção pode ser reduzido a zero.

Os locais preferencialmente acometidos pelo herpes genital são, no homem: a glande, o prepúcio, o escroto e o períneo. Na mulher: o monte Vênus, períneo, pequeno e grandes lábios, clitóris, vagina e colo do útero. Antes das lesões surgirem, o paciente poderá sentir sintomas prodrômicos, tais como, sensação de queimor ou suave ardor na área genital, nevralgia nas nádegas ou na região das coxas, que perduram até 24 horas.

1.11 HERPES LABIAL RECORRENTE:
Existem fatores que predispõem o aparecimento do Herpes labial, tais como: febre alta, queimadura do sol, traumatismos, tensão emocional (stress) e a fadiga. As lesões normalmente surgem do mesmo modo que o Herpes genital, localizando-se nos lábios, junto à borda vermelha, e evoluem igualmente para a cura. A estomatite herpética ocorre com bastante freqüência após o contato orogenital. BLOCO III HIG - 043
Até o presente momento não existe tratamento específico para o herpes. Recentes drogas antivirais aparentemente eficazes contra a doença como o Zovirax (Acylovir), podem aumentar a possibilidade de sucesso no tratamento dessa doença.

1.12 AIDS (SIDA) – SINDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA:
É uma doença infecto-contagiosa pelo vírus HIV-1. O vírus da Imunodeficiência Humana tipo 1. A doença ocorre em todo o mundo e estima-se que cerca de 32 milhões de pessoas estejam infectadas pelo HIV-1. Embora o vírus da AIDS já tenha sido isolado da lágrima e da saliva, parece que somente o sangue, o sêmen, secreções vaginais e o leite materno têm a capacidade de transmitir a doença. Assim sendo, a transmissão da doença ocorre principalmente por: 1) Contato sexual; 2) Sangue e seus derivados; 3) Via materno-fetal, estando incluída nesta a gravidez, o trabalho de parto e a amamentação e 4) Materiais contaminados.

O período de incubação é desconhecido. Os enfermos podem apresentar como sintomas uma síndrome viral aguda, com emagrecimento, diarréias, queda do cabelo, febre, erupções da pele, linfadenopatia etc. A maioria dos indivíduos infectados, senão todos acabarão desenvolvendo a doença sintoticamente. Isso se deve a imunosupressão que ocorre devido o tropismo que o vírus tem para com os linfócitos T, responsáveis pela defesa orgânica, favorecendo o aparecimento de doenças oportunistas e processos neoplásticos (Sarcoma de Kaposi).

O diagnóstico é feito através da pesquisa de anticorpos circulantes no soro dos suspeitos soropositivos para HIV -1 e o tratamento são realizados com o emprego do AZT (Zidovudina), e coquetéis com drogas inibidoras da protease.

1.13 HEPATITE POR VÍRUS:
Hepatite é uma doença primária do fígado, causada por sete tipos de vírus. Deteremos-nos somente o estudo da Hepatite causada pelos vírus A e B.

Com um período de incubação variando entre 10 a 40 dias, em média 21 dias, tanto a Hepatite A como a B são transmitidas por via oral, sexual e também por fezes e urina, bem como pelo beijo, saliva, alimentos contaminados, esperma e secreções. Ambas no primeiro estágio são agudas. O tipo A, muito comum no Brasil, acomete em grande parte as crianças; é sempre benigna, totalmente curável, e nunca se cronifica. Já 10 a 15% dos casos de Hepatite B tornam-se crônicos e de 5% destes evoluem para a cirrose.

Durante o verão ocorre uma maior incidência de Hepatite B devido à poluição do mar, águas contaminadas por esgotos, além de alimentos como ostras e outros frutos do mar. Os principais sintomas são: mal-estar geral, enjôo, adinamia, vômitos após comer, febrícula, discreto desconforto e dolorimento no hipocôndrio direito, e icterícia, esta caracterizada pela pele e mucosas amareladas, fezes claras e urina escura. Elas podem ser, contudo, assintomáticas, o que torna o quadro mais perigoso, principalmente quando se trata do tipo B, a mais grave. A determinação do perfil hepático realizado no sangue do paciente permite ao médico saber se o mesmo apresenta lesão no fígado, se tem ou teve hepatite, ou se ela está crônica. Como medida de tratamento deve-se proceder ao isolamento do paciente mesmo no seu domicílio, com o cuidado de manter utensílios de seu uso exclusivo, uso de banheiro privativo, e todo material (seringas, agulhas, etc.), descartável. Repouso relativo e restrição de gordura, assim como evitar bebida alcóolica por um ano a partir da cura. O uso de medicamentos é discutido. Alguns preconizam o uso de Quebra-pedra, Interferon, etc. . . Preventivamente deve-se fazer os uso de vacinas, tanto para a Hepatite A como a B, já existentes no Brasil.

1.14 MICOSES SUPERFICIAIS:
As Micoses superficiais são doenças causadas por fungos, microorganismos popularmente conhecidos como “bolores”, que podem atingir a pele, as unhas e o couro cabeludo das pessoas, independente de idade, sexo ou cor. A doença se manifesta através de vermelhidão da pele, descamação e prurido. Pode ocorrer queda dos fios do cabelo que se quebram próximo à raiz e deformidade e escurecimento das unhas. Entre outras, podemos citar alguns tipos mais comuns de micoses superficiais como o Pano branco (pitiríase versícolo), a Impingem do couro cabeludo
(tinta capitis), Impingem da pele glabra (tinha córporis), e a frieira ou pé de atleta (dartro). A prevenção das micoses superficiais deve ser feita através dos cuidados que se deve tomar com o corpo, como secar bem os pés após o banho, evitar o uso de sapatos fechados, principalmente no verão, usar meias sempre limpas e secas, bem como pó antisséptico nos pés e etc. O tratamento normalmente é feito à base de antimicóticos por via oral ou tópico em forma de loções, cremes ou pós; e a persistência no tratamento é à base do sucesso para a cura.

1.15 TÉTANO:
O tétano não é uma doença contagiosa. Trata-se da infecção pelo Clostridium tetani, um microorganismo encontrado na terra, no adubo e na sujeira. Sua transmissão ocorre pela penetração dos esporos do Tétano no corpo através de uma ferida aberta (um corte, uma espetada, uma queimadura etc...), ou pelo umbigo do recém-nascido. O Clostridium tetani libera então uma toxina que atinge o sistema nervoso central, causando séria rigidez e espasmos musculares.

O período de incubação do Tétano é variável, sendo de três a vinte e um dias no Tétano Acidental, e de três a dez dias no Tétano Neonatal. O começo é lento e como sintomas o paciente apresenta rigidez muscular, especialmente no queixo e no pescoço. Quarenta e oito horas após, a doença está definida, apresentando-se dificuldade de abrir a boca e de engolir, inquietação, hiperirritabilidade, dor de cabeça, calafrios, dor nas extremidades e espasmos. A função muscular normal pode ficar tão prejudicada, que a respiração pode se interromper nos primeiros três a quatro dias. Uma característica da doença é a expressão facial denominada riso sardônico, revelando-se pelo franzimento da testa e afastamento dos cantos da boca, como se o doente estivesse chorando do nariz para cima e rindo do nariz para baixo. O maior perigo desta doença é a infecção tetânica da ferida umbilical, pela falta de cuidados higiênicos. É o chamado mal-de-sete-dias, pois é por volta do fim da primeira semana que o recém-nascido apresenta os sintomas característicos da doença.

O diagnóstico da doença é feito clinicamente, e o tratamento requer desbridamento e limpeza rigorosa do ferimento; antibióticos tipo Penicilina ou Tetraciclinas; Imunoglobulina Humana Antitetânica (IGH); Soro Anti Tetânico (SAT) e Analgésicos. Há também a indicação de intubação orotraqueal ou traqueostomia precoce. O tempo necessário para a recuperação completa do doente depende da gravidade da doença, mas geralmente, é de três semanas. A vacinação preventiva é de suma importância para o controle dessa doença.

Todas essas doenças antes mencionadas podem ser transmitidas e contagiar as pessoas que entrem em contato com portadores. E, para que isso não ocorra, há necessidade do conhecimento e de técnicas apropriadas para um convívio adequado às nossas necessidades.

Na aviação: “É proibido o portador de doenças infecto-contagiosas viajar em aviações comerciais”. O ideal seria transportar esses pacientes em aviões-ambulância. Mas, infelizmente isso não acontece e nessas horas somos obrigados a ter conhecimentos que nos ajude a superar o fato.

Todas as enfermidades infecto-contagiosas têm um período que vai do momento em que houve o contato até o aparecimento dos sintomas. É o chamado Período de Incubação, o qual é bem variado e depende do agente infectante que pode ser um vírus, uma bactéria e outros patógenos. Abaixo estão relacionados alguns exemplos de períodos de incubação.

Gripe 01 a 03 dias

Gonorréia 02 a 09 dias

Sífilis 00 a 30 dias

Rubéola 14 a 25 dias

Sarampo 07 a 14 dias

Caxumba 20 a 26 dias

Tétano 02 a 15 dias

Meningite 02 a 10 dias

Hepatite 10 a 40 dias

Assim sendo, existe tempo suficiente para que, se por ventura algum tripulante entrar em contato com um passageiro doente, ter a informação correta de como se prevenir, recorrendo ao Departamento Médico de sua empresa. Todavia, deve-se enfatizar que a melhor prevenção contra essas doenças é a vacinação. E as vacinas, quando existentes, são imunizações preventivas, com resultados probatórios. Assim sendo, é necessário que se vacinem todos aqueles que entrem em contato com doentes ou mesmo o público em geral, principalmente quando existe a possibilidade da ocorrência de surtos epidêmicos do deslocamento para áreas endêmicas, ou a permanência em ambiente confinado, como é o caso de uma aeronave.

Algumas vacinas são obrigatórias, por isso, é muito importante perguntar aos pais, quais foram as doenças infecto-contagiosas que tivemos na infância, e quais as vacinas tomadas e no caso de dúvida, reforçá-las. Dependendo da localidade para onde o vôo se realizar, existe a necessidade de se fazer vacinação preventiva. No território nacional, recomenda-se:

VACINAS OBRIGATÓRIAS NA AVIAÇÃO COMERCIAL:

Febre Amarela e Tétano.

VACINAS IMPORTANTES:

Antidiftérica;

Anti-gripal;

Anti-rubéola;

Contra parotidite (caxumba);

Contra cólera;

Contra meningite tipo B;

Contra sarampo;

Contra hepatites A e B;

Contra tuberculose;

Contra varicela (catapora).

Como se pode ver existe doenças que ainda não possuem vacinas preventivas. Entre elas podemos citar: Malária, Sífilis e Aids. Para estes casos, o importante é a prevenção. No Brasil, por ser um país tropical com vasta extensão territorial existe uma grande disseminação de doenças infecto-contagiosas, que podem acometer os aeronautas.

No caso de pacientes com sinais e sintomas de meningite a bordo, (febre alta, vômitos em jato, dor de cabeça intensa e rigidez da nuca), recomenda-se, se consciente, deixá-los nos últimos assentos e comunicar ao Comandante para que faça um pouso alternado, encaminhando o enfermo a um hospital.

Doenças próprias da infância como: Rubéola, Sarampo e Varicela (Catapora) têm um aumento típico na primavera. E, hoje em dia, são facilmente controladas com a vacinação preventiva.

“Não há palavras e nem frases que possam nos manter seguros, há somente ações. Todos têm o direito de viver em um ambiente seguro sem correr riscos desnecessários e sem receios de danos à sua saúde. Este não e um sonho ideológico, é a nossa visão”. SESMT.

Vai um cafezinho ou um check-up?

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