26 de mar. de 2013


Hoje que é o Dia do Mercosul, no Zoroastrismo é a data do nascimento do profeta Zaratustra, aqui é Dia do Cacau, Dia Estadual da Matemática, instituído pela Lei nº 14.401, de 12 de abril de 2011, Aniversário da emancipação da cidade de Barueri-SP, Aniversário da emancipação da cidade de Itaberaba-BA e Aniversário de Porto Alegre-RS. Já em Portugal é o Dia do Livro e em Bangladesh é Dia da Independência. Sopram velinhas Juliana Paes, Steven Tyler e K'inich J'anaab Pakal, governante maia. (A primeira eu queria ser uma das velinhas para sentir o sopro dela, o segundo eu como vela teria medo de ser engolido junto com o bolo e com o hálito soprado poder causar a morte dos convidados por efeito maçarico pelo famoso tamanho da boca do vocalista do Aerosmith, já o terceiro e falecido em 683 foi o que disse que o mundo acabaria este ano lembram?) Logo... Nem choro e nem vela para este que fez muita gente perder seu tempo achando que o fim teria data marcada por um homem e não por Deus que sabe o dia de nosso nascimento até nosso último suspiro de vida que deve ser inspirado e expirado praticando a primeira oração do mundo chamada So-Ham onde a respiração repete 21.600 vezes por dia. É necessário desenvolver uma consciência daquilo que a respiração está dizendo. Repita mentalmente So-ham com a respiração: So  na inspiração e Ham com a expiração. ‘So’ quer dizer ‘Ele’= Deus ou o Poder Interno presente em tudo. ‘Ham’ significa = ‘Eu’. Desse modo, a cada respiração, você está afirmando: ‘So-ham’, ‘Ele-Eu’ (Deus e eu) não apenas você, mas todos os seres afirmam isso. Quando você observa sua respiração, o ‘Eu’ e o ‘Ele’ se misturam e não haverá mais dois, pois ‘So’ se reduzirá a ‘O’ e ‘Ham’ a ‘M’, ou seja, ‘Om’ (ou Pranava). Como a escrita toma rumos maravilhosos. Para mim um hobby e eterno estudo.


Terça-feira né? Chipre ainda capengando, STF negando pedido de Dirceu, PM de São Paulo usando bomba de efeito moral em desabrigados e bandidos à solta respirando normalmente, campanha de vacinação contra gripe querendo imunizar 31,3 milhões de pessoas em abril, Páscoa chegando e minha parte em chocolates prefiro em espécie depois da larva no bombom da Cacau Show então... Após ameaça aos EUA, Kim Jong-un visitando instalações como playground e sala de música em base. (Cuidado, quem brinca com fogo pode mijar na cama). Para a alegria de minha irmã e imparcialidade minha, Gustavo Lima afirmando que: 'Vão ter que me aturar por muitos e muitos anos'. Após 77 dias de confinamento, Andressa, Fernanda e Nasser estão na final do Big Brother Brasil 13, disputando o prêmio de R$ 1,5 milhão. O vencedor desta edição será revelado na noite de hoje enquanto eu não! Mas nessas condições e sem ser hipócrita, não toparia me expor assim. O Bial até que tenho certa inveja branca por brincar de ser fútil com um holetite superior ao valor da premiação.




Horóscopo da nação aquariana diz que... Mercúrio faz um ótimo aspecto com Plutão e Saturno melhorando significativamente tudo o que se relaciona às suas finanças. O momento é de estabilidade e algumas mudanças positivas. Ótimo momento para iniciar projetos.

Em 26 de março, só que láááááááááááá de...

752  – É eleito o Papa Estêvão III;

1026 – O Papa João XIX coroa Conrado II como Imperador do Sacro Império Romano-Germânico;

1199 – Ricardo, Coração de Leão é ferido fatalmente por uma flecha disparada de uma besta durante um cerco na França. Ele morre onze dias depois e o nobre francês que executou o disparo é executado;

1244 – Assinado por Jaime I de Aragão e por aquele que mais tarde seria seu genro, o infante Afonso de Castela (mais tarde Afonso X, o Sábio), o Tratado de Almizra entre a Coroa de Aragão e o Reino de Castela fixando os limites do Reino de Valência;

1484 – William Caxton publica sua tradução das Fábulas de Esopo;

1707 – Ratificação do Tratado de União de 1707, que aboliu a independência da Inglaterra e da Escócia em favor de um novo Estado, o "Reino Unido da Grã-Bretanha";

1772 – Fundação da cidade de Porto Alegre;

1808 – Carlos IV de Espanha abdica em favor de seu filho, Fernando VII;

1812 – Um sismo destrói Caracas, Venezuela;

1871 – A Comuna de Paris é estabelecida formalmente;

1881 – Tessália torna-se novamente parte da Grécia;

1885 – Rebelião de Saskatchewan: os Métis, liderados por Gabriel Dumont, derrotam um grupo de policiais e de assentadores anglófonos na batalha de Duck Lake;

1913 – Guerra dos Balcãs: as forças búlgaras tomam Andrinopla;

1923 – A Rádio BBC começa a transmissão regular de previsões atmosféricas no Reino Unido;

1924 – Fundação do Clube Atlético Paranaense de Curitiba/Paraná

1934 – A Carta de condução é introduzida no Reino Unido;

1942 – Segunda Guerra Mundial: Na Polônia, Auschwitz recebe seus primeiros prisioneiros femininos;

1945 – Segunda Guerra Mundial: Os aliados capturam Iwo Jima pondo um final à batalha de Iwo Jima;

1953 – Jonas Salk anuncia sua vacina contra a poliomielite;

1969 – É formada a banda The Allman Brothers Band, principais arquitetos do Southern rock.

1971 – O Paquistão do Leste declara sua independência do Paquistão para formar a República Popular do Bangladesh dando início a um conflito armado;

1979 – Anwar Al-Sadat, Menachem Begin e Jimmy Carter assinam o Tratado de paz israelo-egípcio em Washington, DC;

1989 - Entrou no ar, o Domingão do Faustão, com apresentação de Fausto Silva.

1991 – Assinatura do Tratado de Assunção criando o Mercosul;

1995 – O Acordo de Schengen entra em vigor;

1999 – Um júri em Michigan considera o Dr. Jack Kevorkian culpado de assassinato em segundo grau por administrar uma injeção letal em um doente terminal;

2000 - Ocorrem as eleições presidenciais na Rússia e Vladimir Putin é eleito Presidente. O Papa João Paulo II visita o Muro das Lamentações em Jerusalém;

2006 – Entra em vigor na Escócia a proibição do uso do cigarro em ambientes públicos fechados;

2007 - Com a lei estadual n° 15.461/2007 criou-se, oficialmente no Paraná, o dia estadual do Clube Atlético Paranaense. Foi neste dia, no ano de 1924, que o clube foi fundado[1];

2008 – Bovespa anuncia oficialmente o início do processo de fusão com a BM&F, criando a Nova Bolsa, nome provisório da nova instituição que surgiu com a fusão, que será a terceira maior bolsa de valores do mundo, e a segunda das Américas, em valor de mercado.

2012 – Estreia a novela Avenida Brasil como Novelas das oito da Rede Globo.

Já com o IVA? Dólar: R$ 2,00. Euro: R$ 2,58. Grama do Ouro: R$ 103,90. Salário Mínimo: R$ 678,00. Taxa Selic 0,49%. Gol tem prejuízo de R$ 447,1 milhões no 4º trimestre do ano passado. Em 2012, a companhia aérea registrou prejuízo líquido de R$ 1,512 bilhão. Gol anuncia uma redução em sua capacidade doméstica entre -8% e -10%.

Vai um cafezinho?

Ps.: Fernando Pessoa escreveu nesta "Saudação à Walt Whitman" a ponto de ninguém poder escrever mais nada. Bravo! Vou ler com calma escutando a 9ª de Beethoven já que ele e Walt nos deixavam ambos em um 26 de março.



Portugal Infinito, onze de junho de mil novecentos e quinze...

Hé-lá-á-á-á-á-á-á! 

De aqui de Portugal, todas as épocas no meu cérebro, 
Saúdo-te, Walt, saúdo-te, meu irmão em Universo, 
Eu, de monóculo e casaco exageradamente cintado, 
Não sou indigno de ti, bem o sabes, Walt, 
Não sou indigno de ti, basta saudar-te para o não ser... 
Eu tão contíguo à inércia, tão facilmente cheio de tédio, 
Sou dos teus, tu bem sabes, e compreendo-te e amo-te, 
E embora te não conhecesse, nascido pelo ano em que morrias, 
Sei que me amaste também, que me conheceste, e estou contente. 
Sei que me conheceste, que me contemplaste e me explicaste, 
Sei que é isso que eu sou, quer em Brooklyn Ferry dez anos antes de eu nascer, 
Quer pela Rua do Ouro acima pensando em tudo que não é a Rua do Ouro, 
E conforme tu sentiste tudo, sinto tudo, e cá estamos de mãos dadas, 
De mãos dadas, Walt, de mãos dadas, dançando o universo na alma. 

Ó sempre moderno e eterno, cantor dos concretos absolutos, 
Concubina fogosa do universo disperso, 
Grande pederasta roçando-te contra a adversidade das coisas, 
Sexualizado pelas pedras, pelas árvores, pelas pessoas, pelas profissões, 
Cio das passagens, dos encontros casuais, das meras observações, 
Meu entusiasta pelo conteúdo de tudo, 
Meu grande herói entrando pela Morte dentro aos pinotes, 
E aos urros, e aos guinchos, e aos berros saudando Deus! 

Cantor da fraternidade feroz e terna com tudo, 
Grande democrata epidérmico, contágio a tudo em corpo e alma, 
Carnaval de todas as ações, bacanal de todos os propósitos, 
Irmão gêmeo de todos os arrancos, 
Jean-Jacques Rousseau do mundo que havia de produzir máquinas, 
Homero do insaisissable de flutuante carnal, 
Shakespeare da sensação que começa a andar a vapor, 
Milton-Shelley do horizonte da Eletricidade futura! incubo de todos os gestos 
Espasmo pra dentro de todos os objetos-força, 
Souteneur de todo o Universo, 
Rameira de todos os sistemas solares... 

Quantas vezes eu beijo o teu retrato! 
Lá onde estás agora (não sei onde é mas é Deus) 
Sentes isto, sei que o sentes, e os meus beijos são mais quentes (em gente) 
E tu assim é que os queres, meu velho, e agradeces de lá —, 
Sei-o bem, qualquer coisa mo diz, um agrado no meu espírito 

Uma ereção abstrata e indireta no fundo da minha alma. 

Nada do engageant em ti, mas ciclópico e musculoso, 
Mas perante o Universo a tua atitude era de mulher, 
E cada erva, cada pedra, cada homem era para ti o Universo. 

Meu velho Walt, meu grande Camarada, evohé! 
Pertenço à tua orgia báquica de sensações-em-liberdade, 
Sou dos teus, desde a sensação dos meus pés até à náusea em meus sonhos, 
Sou dos teus, olha pra mim, de aí desde Deus vês-me ao contrário: 
De dentro para fora... Meu corpo é o que adivinhas, vês a minha alma — 
Essa vês tu propriamente e através dos olhos dela o meu corpo — 
Olha pra mim: tu sabes que eu, Álvaro de Campos, engenheiro, 
Poeta sensacionista, 
Não sou teu discípulo, não sou teu amigo, não sou teu cantor, 
Tu sabes que eu sou Tu e estás contente com isso! 

Nunca posso ler os teus versos a fio... Há ali sentir demais... 
Atravesso os teus versos como a uma multidão aos encontrões a mim, 
E cheira-me a suor, a óleos, a atividade humana e mecânica. 
Nos teus ver sos, a certa altura não sei se leio ou se vivo, 
Não sei se o meu lugar real é no mundo ou nos teus versos, 

Não sei se estou aqui, de pé sobre a terra natural, 
Ou de cabeça pra baixo, pendurado numa espécie de estabelecimento, 
No teto natural da tua inspiração de tropel, 
No centro do teto da tua intensidade inacessível. 

Abram-me todas as portas! 
Por força que hei de passar! 
Minha senha? Walt Whitman! 
Mas não dou senha nenhuma... 
Passo sem explicações... 
Se for preciso meto dentro as portas... 
Sim — eu, franzino e civilizado, meto dentro as portas, 
Porque neste momento não sou franzino nem civilizado, 
Sou EU, um universo pensante de carne e osso, querendo passar, 
E que há de passar por força, porque quando quero passar sou Deus! 
Tirem esse lixo da minha frente! 
Metam-me em gavetas essas emoções! 
Daqui pra fora, políticos, literatos, 
Comerciantes pacatos, polícia, meretrizes, souteneurs, 
Tudo isso é a letra que mata, não o espírito que dá a vida. 
O espírito que dá a vida neste momento sou EU! 

Que nenhum filho da... se me atravesse no caminho! 
O meu caminho é pelo infinito fora até chegar ao fim! 
Se sou capaz de chegar ao fim ou não, não é contigo, 
E comigo, com Deus, com o sentido-eu da palavra Infinito... 
Pra frente! 
Meto esporas! 
Sinto as esporas, sou o próprio cavalo em que monto, 
Porque eu, por minha vontade de me consubstanciar com Deus, 
Posso ser tudo, ou posso ser nada, ou qualquer coisa, 
Conforme me der na gana... Ninguém tem nada com isso... 

Loucura furiosa! Vontade de ganir, de saltar, 
De urrar, zurrar, dar pulos, pinotes, gritos com o corpo, 
De me cramponner às rodas dos veículos e meter por baixo, 
De me meter adiante do giro do chicote que vai bater, 
De ser a cadela de todos os cães e eles não bastam, 
De ser o volante de todas as máquinas e a velocidade tem limite, 
De ser o esmagado, o deixado, o deslocado, o acabado, 
Dança comigo, Walt, lá do outro mundo, esta fúria, 
Salta comigo neste batuque que esbarra com os astros, 
Cai comigo sem forças no chão, 
Esbarra comigo tonto nas paredes, 
Parte-te e esfrangalha-te comigo 
Em tudo, por tudo, à roda de tudo, sem tudo, 
Raiva abstrata do corpo fazendo maelstroms na alma... 

Arre! Vamos lá pra frente! 
Se o próprio Deus impede, vamos lá pra frente Não faz diferença 
Vamos lá pra frente sem ser para parte nenhuma 
Infinito! Universo! Meta sem meta! Que importa? 

(Deixa-me tirar a gravata e desabotoar o colarinho . 
Não se pode ter muita energia com a civilização à roda do pescoço ...) 
Agora, sim, partamos, vá lá pra frente. 

Numa grande marche aux flabeux-todas-as-cidades-da-Europa, 
Numa grande marcha guerreira a indústria, o comércio e ócio, 
Numa grande corrida, numa grande subida, numa grande descida 
Estrondeando, pulando, e tudo pulando comigo, 
Salto a saudar-te, 
Berro a saudar-te, 
Desencadeio-me a saudar-te, aos pinotes, aos pinos, aos guinos! 

Por isso é a ti que endereço 
Meus versos saltos, meus versos pulos, meus versos espasmos 
Os meus versos-ataques-histéricos, 
Os meus versos que arrastam o carro dos meus nervos. 

Aos trambolhões me inspiro, 
Mal podendo respirar, ter-me de pé me exalto, 
E os meus versos são eu não poder estoirar de viver. 

Abram-me todas as janelas! 
Arranquem-me todas as portas! 
Puxem a casa toda para cima de mim! 
Quero viver em liberdade no ar, 
Quero ter gestos fora do meu corpo, 
Quero correr como a chuva pelas paredes abaixo, 
Quero ser pisado nas estradas largas como as pedras, 
Quero ir, como as coisas pesadas, para o fundo dos mares, 
Com uma voluptuosidade que já está longe de mim! 

Não quero fechos nas portas! 
Não quero fechaduras nos cofres! 
Quero intercalar-me, imiscuir-me, ser levado, 
Quero que me façam pertença doída de qualquer outro, 
Que me despejem dos caixotes, 
Que me atirem aos mares, 
Que me vão buscar a casa com fins obscenos, 
Só para não estar sempre aqui sentado e quieto, 
Só para não estar simplesmente escrevendo estes versos! 
Não quero intervalos no mundo! 

Quero a contigüidade penetrada e material dos objetos! 
Quero que os corpos físicos sejam uns dos outros como as almas, 
Não só dinamicamente, mas estaticamente também! 

Quero voar e cair de muito alto! 
Ser arremessado como uma granada! 
Ir parar a... Ser levado até... 
Abstrato auge no fim cie mim e de tudo! 
Clímax a ferro e motores! 
Escadaria pela velocidade acima, sem degraus! 
Bomba hidráulica desancorando-me as entranhas sentidas! 

Ponham-me grilhetas só para eu as partir! 
Só para eu as partir com os dentes, e que os dentes sangrem 
Gozo masoquista, espasmódico a sangue, da vida! 
Os marinheiros levaram-me preso, 
As mãos apertaram-me no escuro, 
Morri temporariamente de senti-lo, 
Seguiu-se a minh'alma a lamber o chão do cárcere privado, 
E a cega-rega das impossibilidades contornando o meu acinte. 

Pula, salta, toma o freio nos dentes, 
Pégaso-ferro-em-brasa das minhas ânsias inquietas, 
Paradeiro indeciso do meu destino a motores! 

He calls Walt: 

Porta pra tudo! 
Ponte pra tudo! 
Estrada pra tudo! 
Tua alma omnívora, 
Tua alma ave, peixe, fera, homem, mulher, 
Tua alma os dois onde estão dois, 
Tua alma o um que são dois quando dois são um, 
Tua alma seta, raio, espaço, 
Amplexo, nexo, sexo, Texas, Carolina, New York, 
Brooklyn Ferry à tarde, 
Brooklyn Ferry das idas e dos regressos, 
Libertad! Democracy! Século vinte ao longe! 
PUM! pum! pum! pum! pum! 
PUM! 
Tu, o que eras, tu o que vias, tu o que ouvias, 
O sujeito e o objeto, o ativo e o passivo, 
Aqui e ali, em toda a parte tu, 
Círculo fechando todas as possibilidades de sentir, 
Marco miliário de todas as coisas que podem ser, 
Deus Termo de todos os objetos que se imaginem e és tu! 
Tu Hora, 
Tu Minuto, 
Tu Segundo! 
Tu intercalado, liberto, desfraldado, ido, 
Intercalamento, libertação, ida, desfraldamento, 
Tu intercalador, libertador, desfraldador, remetente, 
Carimbo em todas as cartas, 
Nome em todos os endereços, 
Mercadoria entregue, devolvida, seguindo... 
Comboio de sensações a alma-quilômetros à hora, 
À hora, ao minuto, ao segundo, PUM! 

Agora que estou quase na morte e vejo tudo já claro, 
Grande Libertador, volto submisso a ti. 

Sem dúvida teve um fim a minha personalidade. 
Sem dúvida porque se exprimiu, quis dizer qualquer coisa 
Mas hoje, olhando para trás, só uma ânsia me fica — 
Não ter tido a tua calma superior a ti-próprio, 
A tua libertação constelada de Noite Infinita. 

Não tive talvez missão alguma na terra. 

Heia que eu vou chamar 
Ao privilégio ruidoso e ensurdecedor de saudar-te 
Todo o formilhamento humano do Universo, 
Todos os modos de todas as emoções 
Todos os feitios de todos os pensamentos, 
Todas as rodas, todos os volantes, todos os êmbolos da alma. 
Heia que eu grito 
E num cortejo de Mim até ti estardalhaçam 
Com uma algaravia metafisica e real, 
Com um chinfrim de coisas passado por dentro sem nexo. 

Ave, salve, viva, ó grande bastardo de Apolo, 
Amante impotente e fogoso das nove musas e das graças, 
Funicular do Olimpo até nós e de nós ao Olimpo.

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